Apesar do mau tempo, os turistas espanhóis voltaram a encher as ruas do Porto nas férias da Páscoa. Houve até quem viajasse de carro.
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Nuria está de costas para a imponente Igreja de Santo Ildefonso, na Praça da Batalha. Sorri na direção do telemóvel do companheiro, Martín, para imortalizar a estreia de ambos no Porto, destino além-fronteiras que escolheram para conseguirem viajar de carro no fim de semana de Páscoa, tal como inúmeros conterrâneos da vizinha Espanha, que ontem de manhã aproveitaram as tréguas da depressão Nelson para passear pelos principais pontos turísticos da cidade.
O jovem casal fez-se ao caminho na sexta-feira santa e passou sete horas a rolar na estrada, desde San Sebastián até ao Porto, mas garante que "valeu a pena", apesar de "ter estado sempre a chover".
Pelas ruas da Baixa, o corrupio de matrículas espanholas comprova que a tradição se cumpre neste período festivo: muitos espanhóis desaguaram na cidade para passar a Páscoa, apesar da tempestade anunciada. Em frente à Capela das Almas, onde as ruas de Fernandes Tomás e de Santa Catarina se encontram, ensaiam-se poses para a fotografia diante dos azulejos azuis do templo e erguem-se telemóveis no ar em busca do melhor ângulo para o disparo. As rodas das malas de viagem dos turistas trepidam sobre as pedras da calçada portuguesa, e o espanhol é, por estes dias, um dos idiomas mais ouvidos no centro do Porto.
"Viemos conhecer a cidade e visitar as coisas mais famosas, mas não fizemos muitas compras", resume Martín Artetxe, enquanto a companheira, Nuria Gonzalez, conta que já viram "igrejas, catedrais e a ponte [Luís I]", e reservaram a tarde do domingo de Páscoa para fazer uma incursão por Vila Nova de Gaia. Regressam hoje a Espanha, enquanto Samuel Dominguez e Ana Vinagre, outro casal espanhol que optou por uma primeira visita breve a Portugal, decidira fazer a viagem de volta no domingo de Páscoa. "Trabalhamos amanhã [hoje]", sorri ele, para quem "o problema foi o tempo de chuva", que os brindou com uma férias de Páscoa cinzentas. Ainda assim, deu para visitar a capela das Almas, a Torre dos Clérigos, a Livraria Lello e ver o rio Douro, contam.
Com a filha, Lina, em período de férias escolares, os alemães Cornelia e Henry Minkwitz também aproveitaram para viajar pela primeira vez até ao Porto. Aterraram ontem, e estão em Santa Catarina ainda a decidir o que visitar. Enquanto não se decidem, resolvem passear-se pela Baixa. Quem não tem hesitações é a família de Sergio e Naiara Baz, que escolhera visitar o Estádio do Dragão, já que três dos rapazes são fãs de futebol.
"Estamos a gostar muito; é uma cidade muito bonita", diz Adei, o mais velho dos quatro irmãos. É a primeira vez de pai e filhos no Porto, que apenas Naiara tinha visitado, e só o mau tempo tem ensombrado a estreia. "É muita chuva. Está a chover desde que chegamos, na sexta-feira", lamenta Sergio Baz.