A falta de água no Tejo, derivada da seca profunda e alterações climatéricas, foi tema de uma reportagem exibida, na última segunda-feira, no jornal "20 Heures" do canal TV France. "Porque o Tejo está a morrer?" é o título do trabalho, onde é também referida a poluição dos afluentes.
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A reportagem toda filmada em Espanha mostra grandes troços do rio onde restam apenas rochas secas nos sítios onde antes havia água. Os repórteres seguem de carro por um caminho onde, há poucos anos, havia caudal suficiente para a náutica desportiva.
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"Quando o caudal estava em pleno podia fazer passeios de 50 quilómetros, agora só dá para fazer quatro no máximo", desabafa à TV France, Ricardo Ortega, que há longos anos se dedica a transportar turistas de barco no Tejo espanhol, mas que afirma nunca ter visto um nível de água tão baixo.
Este é um dos exemplos apontados no trabalho da televisão gaulesa, que ouviu ainda grandes agricultores com explorações nas margens do rio, também estas seriamente afetadas pela falta de água no rio. "A continuar assim é uma catástrofe económica", assume um dos entrevistados.
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É ainda apontado o caso da localidade de Sacedon, a duas horas de Madrid, que há poucos anos fervilhava de turistas no verão, que procuravam o rio para nadar e náutica de recreio, mas que, depois da baixa de caudal, se afastaram da vila, que parece agora um "local fantasma", com a maioria das lojas fechadas.
A reportagem da TV France não aborda especificamente o caso de Portugal, mas refere os focos de poluição na metade mais a Sul do rio, que são culpa do homem.