Fogo cresceu com o vento ao longo da madrugada e não deu descanso à população e aos bombeiros. Histórias de quem não quer perder uma guerra desigual.
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Sozinha em casa, Idalina Tavares, 70 anos, está fechada à noite a ver televisão. O dia de fogo em Albergaria, concelho onde vive, é notícia de proximidade. E quando nos toca não vemos mais nada. Nem ouvimos. Mesmo que seja o queimar do inferno à porta, em Fradelos, um dos lugares que o fogo visitou na madrugada desta terça-feira, a primeira noite sem dormir de Albergaria.
Idalina pode ter sido salva pela vizinha da frente. Alzira, também Tavares, de 67 anos, que às 10 da noite estranhou não ver na rua a amiga quando o incêndio estava cada vez mais perto. “Bati à porta, ela não se tinha apercebido de nada”, conta. “Estava atenta a ver as notícias do fogo, julguei que estivesse longe”, responde Idalina enquanto aponta para o clarão que sobe a encosta.