A procissão do Senhor de Matosinhos foi recebida por um mar de gente, na tarde deste domingo. Com o sol a bater em cheio, os fiéis acomodavam-se como podiam pelas ruas do centro da cidade, celebrando com palmas o momento em que o andor saiu da igreja. Ajoelhando-se, benzendo-se, davam graças pelo regresso da grande festa aos moldes normais.
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Como era hábito antes da pandemia, coube à fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Leixões abrir o cortejo, entoando marchas ao longo do percurso até ao monumento do Senhor do Padrão, sob a direção do comandante da corporação, Carlos Antunes.
Mas já antes disso duas bandas tinham estado a tocar em despique, junto à igreja, no relançar de uma tradição que tinha sido abandonada há 60 anos. De um lado, a Banda Filarmónica de Santo António de Piães, de Cinfães; do outro, a Associação da Banda de Matosinhos-Leça. Nas imediações, até as árvores trajavam a rigor, exibindo malhas de croché de cores diversas.
Nas barraquinhas, fazia-se silêncio à passagem da procissão, em que o andor da Nossa Senhora era transportado ora por homens, ora por mulheres. Tudo debaixo de um sol escaldante, que não afastou a fé de todos quantos quiseram ver passar a imagem do Senhor de Matosinhos, primorosamente decorada com flores.
Depois das restrições provocadas pela pandemia, a festa está a ter uma adesão como há muito não se registava. Fernando Rocha, vereador da Cultura, disse ao JN que há, "incomparavelmente, muito mais gente" do que nos anos anteriores à covid-19.
O responsável acrescentou que para os comerciantes a festa tem sido "um grande balão de oxigénio" e que, à semana, há muitas empresas e grupos de amigos que vão almoçar ao Senhor de Matosinhos.
A festa prossegue até ao próximo domingo, com uma série de iniciativas culturais e religiosas. O programa pode ser consultado no site da Câmara.