O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo pediu, na terça-feira, ao Governo a ativação do Plano Distrital de Emergência para combater a Covid-19 na região onde, do total de infetados, um terço são idosos e funcionários de lares.
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"No distrito de Viana do Castelo existem 64 instituições, com 2328 idosos residentes. Neste momento, do total de infetados do distrito de Viana do Castelo [318], um terço são utentes e funcionários de lares. Era necessário darmos um novo impulso para resolver os problemas que têm vindo a público, nomeadamente, quanto ao acolhimento de idosos que estando infetados não apresentam sintomas", explicou Miguel Alves. Ontem registavam-se 139 casos de idosos e colaboradores infetados em instituições particulares de solidariedade social (IPSS) daquela região.
64 lares residenciais para idosos nos 10 municípios do Alto Minho, que têm um total de 2328 utentes
A ativação do Plano Distrital de Emergência foi decidida ontem de manhã, numa reunião da Comissão Distrital de Proteção Civil, e discutido à tarde pela Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho. Miguel Alves, que também é presidente da Câmara de Caminha, adiantou que a resposta do Governo deverá ser rápida, sendo que, entretanto, "está a ser trabalhada a abertura, até final da semana, de um lar de retaguarda, com 50 camas, na Pousada da Juventude de Viana do Castelo para apoiar instituições de idosos do distrito que não tenham condições para isolar idosos infetados, mas sem sintomas da doença, ou recursos para garantir o seu acompanhamento".
139 utentes e colaboradores infetados em lares: 36 em Viana, 42 em Melgaço, 23 em Arcos de Valdevez e 38 em Monção
A criação daquela unidade de retaguarda com 50 camas e que poderá no imediato dar resposta às situações mais graves foi "saudada" pelos 10 municípios da CIM. "É uma boa decisão, de consenso. É uma solução que permite responder positivamente e com humanidade aos utentes das IPSS do distrito", declarou o líder da CIM e autarca de Viana do Castelo, José Maria Costa.
"Esta medida permite avançar com soluções rápidas para problemas emergentes, com particular destaque para o apoio aos lares de idosos", referiu Miguel Alves.
Centro só em último caso
Nas últimas semanas, autarcas e misericórdias da região pediram uma solução para os utentes infetados que se mantêm "sem condições" nas suas instalações. Casos dos lares de Grade, em Arcos de Valdevez, com 23 casos, e das misericórdias de Viana do Castelo, com seis, e de Melgaço, com 42 infetados. Em todos foram registadas mortes.
Miguel Alves ressalva que a nova unidade de retaguarda será regida por "uma regra de ouro": "Quem tem que em primeira instância resolver o problemas são as IPSS, se não conseguirem têm de pedir reforço de meios, e só em último caso é que pode ser mobilizado este centro de acolhimento temporário".
A saber
Pós-hospitalar no Seminário
No âmbito da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, será criada num hospital de retaguarda instalado no Seminário Diocesano de Viana, uma "unidade pós-hospitalar" que permite resguardar temporariamente, em caso de necessidade, pessoas infetadas que tenham alta do hospital.
Testes no Instituto Politécnico de Viana
O Instituto Politécnico de Viana do Castelo está na fase final de criação de um laboratório próprio que permitirá a realização de testes no Alto Minho, com especial incidência nos lares de idosos, esperando-se que a partir da próxima semana possa começar a fazer 90 testes diários.