Projeto da Associação Empresarial de Braga entusiasma alunos de Mecatrónica.
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"Nunca se está de mãos nos bolsos. Pulseiras e fios têm de ser retirados, porque são metálicos. Não abram as gavetas todas de uma vez." As regras de segurança são a primeira lição que André Vilas-Boas quer passar aos 18 alunos do 10.º ano do curso profissional de Mecatrónica Automóvel, da Associação Empresarial de Braga (AEB). O grupo está a pisar pela primeira vez a PDAcademia, uma espécie de oficina-escola para futuros mecânicos, recentemente inaugurada, no centro da cidade, que permitirá aumentar o número de turmas para responder à procura elevada do mercado de trabalho.
Para Ivo Torres, os equipamentos que se espalham pelo espaço já não são uma novidade. O pai é vendedor de peças de automóveis e, diz o aluno, "a paixão por carros" é antiga. "O meu sonho era ser piloto, mas também gostava de ser mecânico. Depois do curso profissional, quero seguir Engenharia Mecânica", conta o jovem, enquanto vai experimentando uma ou outra peça no carro que servirá para fazer experiências nas aulas práticas.
"É um veículo cedido propositadamente para formação. Ele vai ser desmontado, simulamos avarias nas componentes elétrica e mecânica para, depois, os estudantes resolverem", explica Vilas-Boas, sublinhando que a academia está completamente equipada como se de uma oficina verdadeira se tratasse. "Temos aqui equipamentos muito caros, desde máquinas de diagnóstico a máquinas de carregamento de ar condicionado", descreve o formador.
Rui Marques, diretor-geral da AEB, adianta que a academia de mecatrónica é resultado de uma parceria com a empresa PDAuto. Além "da melhoria das condições para dar formação", o responsável sublinha que o projeto vai permitir criar mais uma turma de Mecatrónica Automóvel, já no próximo ano letivo. Atualmente, o curso conta com cerca de 60 alunos, divididos pelos 10.º, 11.º e 12.º ano, insuficiente para responder à procura por este tipo de profissionais.
Empregabilidade muito alta
"É um dos cursos com menos desistências, porque os alunos têm paixão pela área. E, depois, a empregabilidade é praticamente de 100%. Fazemos formações há dez anos e todos os formandos ficam empregados nas oficinas onde estão a estagiar", assegura Marques.
André Vilas-Boas corrobora a afirmação, sublinhando que, "quem não está a trabalhar em mecatrónica automóvel [depois do curso], fá-lo por opção, não porque não existem oportunidades. Durante a formação começam a trabalhar com empresas e são integrados para estágio curricular ou para os quadros".
As oportunidades de emprego entusiasmam os formandos, mas estes confirmam que, acima de tudo, é a paixão pelos automóveis que os move. É o caso de Ivo Torres, mas também de Pedro Maior, que ganhou o gosto por influência familiar. Telmo Faria, de Amares, entrou "por acaso" no curso, mas está "a gostar" e não se vê a trocar.