Na Metro do Porto, a maioria das transgressões são por viajar sem bilhete ou com títulos por validar. Cada equipa passa cerca de 20 multas por dia.
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A partida é na estação de Salgueiros, no Porto. São 15.30 horas e os revisores da Metro do Porto estão prontos a sair. Todos os dias, as equipas desdobram-se em dois turnos e, aos pares, seguem nas carruagens em direções diferentes para "pôr ordem" nos passageiros. Por dia, cada equipa passa cerca de vinte multas e faz 2500 fiscalizações. Mal entram no metro, a farda denuncia-os e os passageiros já sabem do que se trata. Uns procuram nos bolsos os bilhetes, outros buscam o passe nas carteiras. O objetivo é o mesmo: mostrar aos fiscais que têm título válido para circular.
Poucos minutos depois de o metro arrancar de Salgueiros, em direção a Santo Ovídio, os revisores encontram um jovem que não validou o passe. Pedem uma explicação, a seguir a identificação, passam a multa e informam o rapaz que pode apresentar uma reclamação, se assim o entender. A viagem continua e mais três infratores são detetados: uns não têm bilhete, outro não validou. "Ao final do dia, podemos terminar com uma média de 20 multas e cerca de 2500 fiscalizações por cada equipa, sendo que as infrações mais comuns são as graves: não ter título de transporte, sem validações e além zona", explica Pedro Jerónimo, coordenador da fiscalização.
Vamos a meio da tarde e a confusão no metro ainda não está instalada. As horas com mais tráfego são as primeiras da manhã e as do final da tarde. No entanto, o coordenador explica que a noite é a altura mais complicada. "Durante o dia, temos passageiros que vão para as escolas e pessoas que vão trabalhar. À noite é outro tipo de viajantes. Temos algumas zonas mais movimentadas e mais problemáticas, mas fiscaliza-se sem problemas", afirma.
Ajudar turistas
Chegados à estação do Jardim do Morro, os fiscais aproveitam para dar algumas informações a um casal de turistas, que, depois de terem tirado o bilhete, não sabem como proceder. Os revisores explicam que antes de embarcar na carruagem, é necessário validar o título na máquina. Feito, o casal segue viagem.
Agora, em sentido contrário, o metro ruma em direção à Trindade. Na estação está Paula Santos, de 52 anos. De segunda a sexta, viaja entre Pedras Rubras e o Hospital de São João e pelo meio faz o transbordo na Trindade. Sabe as regras da Metro e garante que as cumpre sempre. "Sou fiscalizada todos os dias", afirma, acrescentando que nunca apanhou uma multa.