Em 30 mil estudantes, três mil são estrangeiros. Um feito que, para o reitor Marques dos Santos, mostra que a Universidade do Porto está prestes a entrar nas 100 melhores da Europa. Os alunos aplaudem, mas pedem mais atenção para os estudantes nacionais.
Corpo do artigo
"Não estamos muito longe de, em 2011, conseguirmos entrar no ranking das 100 melhores universidades da Europa". Essa é uma das garantias que será deixada hoje pelo reitor da Universidade do Porto, Marques dos Santos, no dia em que se assinalam os 99 anos de existência da instituição. Aliás, a internacionalização é uma das principais apostas da Reitoria (a atingir no ano do centenário), a par com o reforço da vertente da investigação científica.
Segundo Marques dos Santos, dos três mil alunos estrangeiros, 800 inserem-se no programa Erasmus. A maior parte, assim, está a fazer uma licenciatura ou pós-graduação nos vários cursos oferecidos pela Universidade do Porto. "Temos pessoas de todos os países da Europa e do mundo inteiro, desde a Croácia, ao Irão, à Líbia e à Tailândia. Do Brasil, temos mil estudantes", salienta, ao JN, o reitor da Universidade do Porto, adiantando que está em preparação um mestrado para 15 alunos provenientes do Líbano.
Todas as vagas preenchidas
"Os alunos estrangeiros aumentaram 20% em relação ao ano passado", sublinha ainda o reitor da Universidade do Porto. "É um número muito significativo, sendo que grande parte resulta de parcerias com os países de língua oficial portuguesa, o que demonstra a preocupação de formar e integrar estudantes das ex-colónias", concorda o presidente da Federação Académica do Porto (FAP).
Contudo, Ricardo Morgado pede que, com a aposta da Universidade na internacionalização, não se deixe de aprofundar o Programa Almeida Garrett, de mobilidade interna. Marques dos Santos garante que essa vertente não está esquecida, ao lembrar que, no ano passado, as 4200 vagas da Universidade foram preenchidas logo na primeira fase. "É algo inédito", vinca o reitor.
Dois mil podem prescrever
Numa altura em que a Universidade consolida o estatuto de Fundação Pública com regime privado, outra aposta forte é na investigação científica. Nesse sentido, procura-se aumentar a oferta em pós-graduações.
"Ao nível da investigação, cada vez temos mais candidaturas ganhadoras", destaca Marques dos Santos, revelando que houve um aumento de 15% na produção científica publicada em revistas internacionais. "Já representamos 22% da produção nacional nessas revistas", acrescenta o reitor.
Paralelamente, a Universidade está num processo de acreditação de qualidade e procura abrir-se à sociedade. "Temos 60 empresas incubadas, que geram 250 postos de trabalho. Estão 40 empresas em filas de espera", destaca também Marques dos Santos, não esquecendo ainda outra vertente: os cursos seniores. "É um tipo de curso que queremos aprofundar. Temos já 66 alunos", revela.
"A Universidade ainda tem muitos objectivos a atingir com os seus alunos", crê, porém, Ricardo Morgado, referindo-se à construção de um estádio universitário e de instalações para a Faculdade de Ciências da Nutrição. Mas o que mais preocupa a FAP é o facto de 2200 alunos poderem ter que parar de estudar durante um ano, devido ao regime de prescrições.