Os habitantes de Vila Franca das Naves, Trancoso, estão contra o fim do Agrupamento de Escolas local e a perda de autonomia do estabelecimento de ensino a partir do próximo ano.
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Reunidos, anteontem à noite, no Centro Cultural da localidade, uma centena de populares, professores e autarcas descartaram, para já, quaisquer protestos e vão aguardar pelo resultado de uma reunião no Governo Civil, na terça-feira, com a directora regional de Educação do Centro.
Está assim afastada a possibilidade de se manifestarem amanhã, durante a visita do primeiro-ministro a Trancoso para receber a Medalha de Ouro Municipal e inaugurar uma escola juntamente com a ministra da Educação.
Câmara contra concentração
Júlio Sarmento, presidente da Câmara de Trancoso, garantiu que o município é contra este novo modelo. "A decisão de concentrar os três Agrupamentos de Escolas do concelho num só é ilegal porque não foi precedida da revisão da Carta Educativa, além do Conselho Municipal de Educação não ter sido ouvido", disse o autarca. Mas há outro argumento. É que a medida continua por concretizar em Almeida, Seia, Gouveia ou Guarda. "E enquanto assim for, recusamos ir na frente", acrescentou.
No entanto, Júlio Sarmento considerou que os vilafranquenses devem é preocupar-se em garantir "por escrito" que o 3º ciclo vai manter-se numa escola que tem obtido "muito bons resultados". Por sua vez Joaquim Pedroso, da direcção do Agrupamento, admitiu que a fusão pode vir a comprometer a escola no futuro: "Até agora, é possível formarmos turmas com 20 alunos - a lei estipula entre 24 e 29 - porque temos uma unidade de gestão. No futuro, essa decisão já não será nossa", disse o professor, lembrando que "no litoral, tratam os alunos pelo números, nós aqui é pelos nomes".