Foi infetado com a covid-19, mas esta terça-feira engrossou a lista de recuperados da doença. Uma história como tantas outras não fosse a longevidade de José Ramos: 101 anos.
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O neto "emprestado" prometera-lhe que se debelasse o vírus, bem como a pneumonia que se seguiu, que seria notícia de jornal - uma jura que já tinha feito quando o idoso comemorou o centenário e que não cumpriu, na altura. "Desta vez não ia escapar", explica ao JN Francisco Cacheira.
O utente mais velho da Associação de Solidariedade Social S. Tiago de Rebordões (ASSTIR), em Santo Tirso, contraiu a doença há cerca de um mês. Descobriu que estava positivo quando a instituição preventivamente fez uma ronda de testes rápidos antigénio aos utentes.
Durante um mês, a família temeu o pior, até porque o quadro clínico agravou-se com o aparecimento da tosse, da febre e da falta de ar. Agora a sua recuperação já é quase um caso de "estudo" por ser uma das pessoas mais velhas a recuperar de um vírus que, como se sabe, afeta sobretudo idosos.
Entre ser internado no hospital e continuar a ser acompanhado no lar, a família optou por mantê-lo na instituição, que o acolhe praticamente desde que abriu portas, há cinco anos. A esposa partira há dez.
Extremamente consciente, bem vivido e com sentido de humor, Sr. Ramos trabalhou numa empresa de fiação e tocou cavaquinho na tuna associativa da freguesia durante muitos anos. Atualmente, é muito sociável, gosta de música e adora ler, em especial o "Jornal de Notícias".