A próxima edição da Viagem Medieval vai deixar de ocupar o centro histórico da Feira e alarga a sua área ao longo das margens do rio Cáster, nas Guimbras. É esperada a "melhor Viagem de sempre", num programa que, pela primeira vez, revisita vários reinados. Entre 3 e 14 de agosto.
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Mudança e expectativa: a 25.ª edição do maior evento peninsular que recria a Idade Média será marcado por alterações de fundo que prometem levar nova dinâmica ao palco medieval da Feira, um investimento anual de 1,5 milhões de euros.
Deixam de existir os pórticos de controlo no centro da cidade, libertando-o para a circulação de visitantes e moradores, e desaparecem as tabernas na Praça Dr. Gaspar Moreira. Também os cinco restaurantes, que nas edições anteriores ocupavam o Rossio, desaparecem. Pretende-se minimizar as queixas dos moradores, devido aos constrangimentos nos acessos às suas habitações ou aos serviços públicos.
Mas há mais. Aquela que promete ser uma das medidas mais notórias prende-se com o alargamento do evento para a zona sul, ao longo de quase 500 metros das margens do rio Cáster, na zona das Guimbras, muito próximo da Escola Fernando Pessoa, onde passará a ficar uma das principais entradas para o evento.
Maior área
A Viagem passa a contar com mais área disponível para os grandes eventos, espetáculos recreativos e áreas temáticas, ao mesmo tempo que consegue maior controlo dos visitantes.
Junto às piscinas, permanecem as tabernas que passam, ainda, a ocupar o espaço deixado livre pelos restaurantes no Rossio, permitindo haver zonas de restauração e de circulação mais amplas.
As novidades desta edição vão fazer-se sentir, ainda, na programação. Todos os anos a recriação histórica versava um reinado específico. Agora, serão abordados diferentes reinados, com diferentes espetáculos e áreas temáticas.
O administrador da Feira Viva, Paulo Sérgio Pais, explica que todas estas alterações e a decisão de avançar com a edição no terreno, depois de dois anos de interregno devido à covid-19, foram tomadas após "muita ponderação".
Decisão tomada, "o desafio é avançar com tudo. Estamos a trabalhar em contrarrelógio", refere o responsável, dizendo ainda que, com o atual quadro pandémico estável, "sente-se mais segurança para avançar".
Depois de edições anteriores, com cerca de 700 mil visitantes no evento, Paulo Sérgio País assegura que a principal meta para a edição de agosto é fazer bem: "Não estamos focados no aumento do número de visitantes, mas elevar ainda mais a qualidade da Viagem", referiu.
Sobre as alterações no espaço habitual, ressalva que serão feitas "sem reduzir a dimensão da área ocupada. Trata-se de um reajustamento dos espaços, para uma Viagem ainda melhor".
Dois mil colaboradores
Vão estar presentes na organização e animação da Viagem Medieval cerca de dois mil colaboradores. Voluntários, figurantes, atores, seguranças, forças da ordem e funcionários são alguns dos elementos que marcam presença obrigatória no evento.
Bilheteira por definir
Nos últimos anos, a entrada no recinto tem sido paga e assim deverá manter-se. Contudo, a organização ainda não tem definidos os preços a praticar. Pesa, por um lado, o aumento dos custos de organização e por outro as dificuldades sentidas por muitas famílias na atual conjuntura económica.