Município e comerciantes com expectativas muito elevadas, até porque venda de ingressos esgota pulseiras. Recriação histórica que começa quarta-feira aumentou a sua área.
Corpo do artigo
Nunca foram tão elevadas as expectativas para uma Viagem Medieval em Santa Maria da Feira. Três anos após o interregno ditado pela covid-19, organização, comércio e restauração esperam que esta se confirme como a maior edição de sempre, atraindo milhares de entusiastas ávidos do evento que recria a Idade Média e que decorrerá entre quarta-feira e dia 14.
Está tudo pronto. Após dias de grande azáfama, os 33 hectares de recinto ao longo das margens do rio Cáster e da Zona Histórica da Feira estão preparados para receber os 12 dias da 25.ª Viagem Medieval. Os números espelham a grandeza desta edição. Serão apresentados 80 espetáculos diários, recriando nove reinados relacionados com a Primeira Dinastia, e o rei e a rainha das edições anteriores dão lugar, agora, a 12 reis e rainhas. Duas mil pessoas vão dar vida ao evento.
Este ano, a Viagem Medieval aumentou a sua área, abrangendo toda a zona verde da Mata das Guimbras e envolvente, permitindo uma maior fruição das diferentes zonas temáticas e minimizar os aglomerados que se verificavam, por exemplo, na da restauração.
Os comerciantes esperam recuperar os negócios que entraram em letargia com a pandemia. "A expectativa para esta edição é muito alta depois destes anos penosos", confirma Nuno Cavaco, do Hostel da Praça, um dos muitos empresários que veem no regresso da Viagem Medieval a oportunidade de conquistar uma nova dinâmica.
"Temos o hostel praticamente cheio com as reservas efetuadas. Esperamos que esta Viagem consiga melhorar o negócio, compensando as perdas dos últimos três anos", referiu.
otimismo com cautela
Miguel Leão, presidente da Associação de Comerciantes da Zona Histórica da Feira, mostra-se igualmente otimista, apesar da natural cautela perante as incertezas da atual conjetura económica. "Há uma expectativa grande por parte dos comerciantes de que vai ser uma das melhores edições, com muita procura. Mas também incertezas, porque sentimos alguma recessão e há muitos outros eventos a realizarem-se", sublinhou. Contudo, acrescentou: "Precisamos de trabalhar muito, vamos ver como corre. Está toda gente a preparar-se para que tudo corra muito bem".
Também a organização - Câmara, empresa municipal Feira Viva e Federação das Coletividades - diz acreditar que esta será uma das "Viagens" mais participadas de sempre. "Estamos convencidos de que vai ser um grande sucesso", afirmou, ao JN, o presidente da Autarquia, Emídio Sousa, que justifica o entusiasmo com o facto de haver "uma grande procura das pulseiras [garantem o ingresso no evento]". Estamos a colocar a hipótese de mandar imprimir mais pulseiras", revelou.
"Os indicadores de fluxo e adesão são ótimos. Estamos claramente acima de qualquer outra edição anterior em relação à venda de pulseiras", referiu, por sua vez, Paulo Sérgio, administrador da Feira Viva. "Passaram mais de mil dias desde a última Viagem Medieval. O regresso desperta toda uma nova dinâmica e sentimento de verdadeiro retorno à vida que tínhamos antes da covid-19", disse.
O responsável lembra, a título de exemplo, que 600 estabelecimentos aderiram ao projeto "Envolver", procedendo a adaptações dos espaços, a nível da decoração e não só, para lhes conferir um cunho medieval.