O antigo vice-presidente da Câmara de Gaia, detido preventivamente no âmbito da operação Babel, renunciou, esta segunda-feira, ao cargo de vereador da Câmara de Gaia. Patrocínio Azevedo garante, contudo, que está inocente e que apenas saiu para dar "tranquilidade ao combate político" no concelho. Vai ser substituído pelo presidente dos Bombeiros da Aguda, Manuel Guedes.
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Patrocínio Azevedo renunciou, esta segunda-feira, ao mandato de vereador da Câmara de Gaia. "A renúncia não é a assunção de qualquer culpa ou sentimento de culpa. É a demonstração de que a minha paixão por Gaia é superior ao sentimento de injustiça que sinto neste momento", garantiu Patrocínio Azevedo, numa carta enviada ao Município.
A carta foi lida pelo presidente da Autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues, no período antes da ordem do dia da reunião de Executivo. Nessa missiva, o antigo vice-presidente da Câmara de Gaia, que já tinha sido substituído nessas funções pela vereadora Marina Mendes, assegura que "sempre defendeu os interesses públicos".
"Renuncio para tranquilizar o combate político em Gaia", justifica Patrocínio Azevedo, assegurando estar "inocente" e que é "completamente falso" que tenha recebido "qualquer contrapartida financeira em troca de licenciamentos ou agilização de procedimentos".
"Estou detido não por haver qualquer indício mas porque querem dirigir uma investigação com base em presunção", prossegue Patrocínio Azevedo, manifestando-se convicto de que acabará por ser absolvido. "Sempre defendi os interesses públicos", vincou ainda o agora ex-vereador da Câmara de Gaia, que recebeu uma veemente declaração de apoio do presidente da Câmara Eduardo Vítor Rodrigues.
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"No fundo, no fundo, para a saúde do país, oxalá que seja culpado", começou por ironizar Eduardo Vítor Rodrigues, para acusar a Justiça de querer ser "protagonista" e procurar os holofotes.
Eduardo Vítor Rodrigues assegurou que as buscas à Autarquia eram desnecessárias. "Ninguém iria sonegar informação", deixou claro, estranhando que a Comunicação Social soubesse da operação 30 minutos depois de ter começado. "Temos que cerrar fileiras", considerou o autarca socialista, enumerando situações como as do antigo primeiro-ministro José Sócrates e de muitos autarcas do distrito do Porto que têm sido visados em investigações para aconselhar "prudência".
"Oxalá que Patrocínio Azevedo não seja um um mártir, porque não precisamos de mártires", rematou Eduardo Vítor Rodrigues.
Patrocínio Azevedo vai ser substituído na vereação pelo atual presidente dos Bombeiros Voluntários da Aguda, Manuel Guedes.