Visto do Tribunal de Contas ao contrato chegou este mês. Câmaras fabricadas em Ovar têm quatro lentes e dão cobertura de 360 graus. Será o sistema "mais avançado" em Portugal.
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O sistema de videovigilância urbano para segurança de pessoas e bens, com 79 câmaras distribuídas pelas ruas do Porto, desde o Marquês até à Ribeira, começará a funcionar em maio.
Esta é a previsão de Carlos Estima, administrador-executivo da Soltráfego, empresa responsável pelo "fornecimento, instalação e colocação ao serviço dos equipamentos e do software".
A adjudicação foi feita pela Câmara do Porto em outubro de 2022, por um valor que ascende a 795 mil euros. O visto do Tribunal de Contas chegou este mês e o "contrato está em execução". O administrador adianta que "será a videovigilância urbana mais avançada em Portugal".
As câmaras têm quatro lentes, sistema multissensor e garantem uma cobertura de 360 graus. Como refere o responsável, acerca das funcionalidades, possibilitam ir ao "detalhe", até da própria "calçada", o que favorece a investigação criminal. Outra mais-valia é a "análise de vídeo inteligente".
A PSP terá o exclusivo da visualização e gravação das imagens. Para o efeito, haverá uma sala reservada, no Centro de Gestão Integrada (CGI), no quartel do Regimento dos Bombeiros Sapadores, na Rua da Constituição.
Contra a pirataria
O equipamento já foi adquirido pela Soltráfego e está guardado. Foi produzido na fábrica da Bosch, em Ovar, uma unidade nacional especializada em tecnologia de segurança e "Smart Cities".
A proteção contra ataques informáticos - incidente que afetou, por exemplo, a empresa municipal Águas do Porto, em fevereiro - ou mesmo contra vandalismo e infiltrações é outra das caraterísticas que abonam a favor do material vareiro. Carlos Estima salienta que em relação à cibersegurança, a Bosch "é de alto gabarito e das mais evoluídas a nível internacional".
A videovigilância portuense vai estar operacional 24 horas por dia e nos sete dias da semana. Disporá de máscaras de privacidade, para proteger a identidade das pessoas, assim como tratará do barramento de locais privados, com igual finalidade.
Ribeira na lista
"O sistema terá de estar em operação total entre julho e agosto, mas em maio já estará a funcionar parcialmente", reitera.
Este processo faseado tem a ver com a existência, ou não, de infraestruturas para instalar mais rapidamente as câmaras. No Centro Histórico, em locais como a beira-rio (Ribeira), ou em algumas das artérias mais frequentadas da movida já existem essas estruturas, pelo que a partir de maio passarão a estar cobertas pelo novo circuito de vídeo.
"Vem dar resposta às preocupações relacionadas com a segurança e que têm estado na ordem do dia", diz o administrador, observando que, do ponto de vista técnico, se acontecer alguma "anomalia" no sistema, há um mecanismo chamado "servidor redundante" que garante a continuidade da visualização e gravação.
A Soltráfego também tratou da videovigilância urbana em Coimbra e em Portimão, que são igualmente um exclusivo da PSP. Em Faro está-se na fase de implementação. A empresa, com 130 pessoas e em crescimento, mudou-se há dias para Perafita (Matosinhos), onde será construído o seu edifício sede.