O "Movimento Verdade" organizou, este sábado, vigílias silenciosas em várias zonas do país, com o objetivo de "quebrar a impunidade da IURD e das instituições", na sequência da polémica sobre as adoções ilegais ligadas àquela igreja.
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Um movimento cívico formado por um grupo de oito mães promoveu uma concentração em cinco cidades do país para exigir respostas sobre os casos de adoções ilegais que envolveram, alegadamente, elementos da IURD. No Porto, mais de uma centena de pessoas envergou cartazes onde faziam ler a frase "Não adoto este silêncio".
Duas centenas em Lisboa
Cerca de 200 pessoas juntaram-se em frente à Assembleia da República para exigir a criação de "uma comissão parlamentar de inquérito, isenta" sobre os casos de adoções ilegais envolvendo a Igreja Universal do Reino de Deus.
Ana Piedade, que ajudou a organizar a vigília, disse à agência Lusa, que o "Movimento da Verdade" - que recolheu até ao início da manhã de sábado - três mil assinaturas online, quer "a criação de uma comissão parlamentar de inquérito, isenta, para investigar estas adoções a fundo".
Ana Piedade afirmou que há inquéritos internos a decorrer na Segurança Social e na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, mas o que exigem "é uma comissão independente, com especialistas, uma equipa multidisciplinar, que analise estas situações e apure responsabilidades".
O advogado Garcia Pereira, que participou na vigília, defendeu que "o Estado falhou em toda a linha" e que "a verdade não prescreve". "Eu não dou por assente que tenha havido prescrição de procedimentos criminais, porque a lógica na prescrição criminar é que nos crimes continuados é que esse prazo apenas se inicia no último ato que tenha sido praticado", argumentou.