A marginal de Vila do Conde, entre a meia-laranja e o Caximar, vai voltar a ter obras. A ideia é colocar uma faixa de vegetação junto ao pequeno muro do passeio, que impeça as pessoas de se colocarem em cima do enrocamento, em risco de caírem de uma altura de dez metros.
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Numa outra frente, entre Azurara e o rio Onda, avançarão as obras nos passadiços. Tudo para concluir antes da época balnear.
“Vamos cobrir aquele espaço com uma faixa de vegetação com dois metros de largura, que seja compatível com as intervenções de Siza Vieira e Souto Moura [autores da requalificação da marginal de Vila do Conde, efetuada no âmbito do programa Polis]”, afirmou o presidente da Câmara, Vítor Costa, que confessa ficar “todos os dias preocupado” com a quantidade de pessoas – adultos e crianças – que sobem para o enrocamento para ver o mar.
Na avenida Brasil, ao longo de 500 metros, em frente à chamada Quinta do Engenheiro Carvalho, há um desnível de cerca de dez metros entre a marginal e o areal. O avanço do mar “comeu” a praia e enrocamento dava claros sinais de rutura, colocando em risco a própria marginal. Em maio de 2022, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) avançou com a obra, orçada em 847 mil euros.
A empreitada terminou antes do verão de 2023, mas o perigo ainda espreita e a autarquia vai agora avançar com o remate, orçado em 53.490 euros, a fim de evitar acidentes.
Já quanto aos passadiços, em 2019, a duna engoliu parte da estrutura, entre a Azurara e o Mindelo, em plena Reserva Ornitológica. Na altura, a autarquia dizia que a solução seria o recuo dos passadiços, mas a obra nunca arrancou. Em dezembro de 2022, o cordão dunar rompeu junto à ribeira de Silvares e, mais à frente, em Mindelo, e ameaçava os charcos da reserva mais antiga do país. A Câmara fez “um remendo”, mas a situação precisava de ser resolvida. Agora, a empreitada avança já. Vai custar 588.500 euros.
O passadiço vai recuar 150 metros entre a Árvore e o Mindelo e serão reparados os buracos, bem como as tábuas partidas ao longo dos oito quilómetros de costa até à foz do rio Onda, em Labruge.
Vítor Costa explica que, nos dois casos, as obras serão feitas pela autarquia, a fim de agilizar o processo, mas a ideia é que sejam financiadas pela APA.