Intervenções privilegiam a mobilidade e o bem-estar dos peões. 30 milhões de euros é o valor das obras concluídas, em execução ou em vias de o ser.
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Carlos Sousa tem os olhos pendurados nas máquinas e homens a bulir nas obras de renovação da Avenida Carvalho Araújo, em Vila Real. Está à frente da Sé, pés assentes no novo passeio e rosto encostado à vedação que o separa dos trabalhos e da lama. "Venho todos os dias ver o andamento". A obra que "está a demorar muito a terminar" é um das cerca de 30 que a Câmara tem em execução, orçadas em quase 20 milhões de euros. Juntado o novo complexo de piscinas que será lançado este ano, o valor supera os 30 milhões.
Os trabalhos da Carvalho Araújo, sala de visitas da cidade, "não estão atrasados", contrapõe o autarca Rui Santos. Mas houve contratempos. Porque mexer no subsolo trouxe a surpresa de "as águas pluviais correrem juntas com as residuais". Separá-las obrigou a alterações e a colocar mais tempo e euros no custo final que deve andar à volta dos dois milhões.
Carlos Sousa, qual "fiscal de obras", ainda não percebeu "onde vão pôr as árvores", que até serão em maior quantidade do que as que lá havia e de cuja plantação guarda lembrança. Se o que vê é quase tudo empedrado, sorri com ironia: "às tantas vão pô-las em cima das pedras".
A seu tempo se encontrará lugar para elas e de acordo com Rui Santos ficarão em locais estratégicos da avenida, de modo a que "não tapem os edifícios" e "deixem espaço para as pessoas usufruírem do espaço".
É das árvores que também sente falta José Afonso Baio, que, tal como Carlos, espreita diariamente o decorrer dos trabalhos. "Gosto de ver como isto fica". E como ficará quando estiverem concluídos. "Muito melhor do que estava", calcula. Ali e noutros lados da cidade, onde "nunca se viu tanta obra feita ao mesmo tempo". Rui Santos realça que se está a "adaptar a cidade ao futuro sem deixar ninguém para trás", com "mais e melhor espaço para as pessoas".
O mesmo aconteceu na zona da antiga estação ferroviária, onde Jorge Facote, que nasceu no Bairro dos Ferreiros, se fartou de brincar quando era miúdo, antes mesmo de sonhar ser o carteiro que foi toda a vida. "Está bonito, sim senhor. Com mais espaço para a canalha brincar em segurança, passeios mais largos e mais luz à noite". "E ainda a obra não está terminada...", nota o presidente da Câmara.
São muitas as que estão ainda por concluir, como as dos três elevadores que vão facilitar a vida a quem tem problemas de locomoção ou usa carrinhos de bebés, entre outros: um do Bairro dos Ferreiros para a ponte de ferro, outro da Avenida Almeida Lucena para o Jardim da Carreira e outro dali para o Pioledo.
As obras à volta do tribunal, no mercado municipal e envolvente, e na ciclovia para a UTAD estão também em curso.