Vinhais quer estudo do Ministério da Agricultura para travar impacto de fungo na produção de castanha no concelho.
Corpo do artigo
O presidente da Câmara de Vinhais, concelho muito afetado pela quebra na produção de castanha devido ao fungo da septoriose, que destruiu mais de 80% da colheita, reivindica a realização de um estudo, por parte do Ministério da Agricultura, “para que sejam feitos tratamentos de mitigação em relação a esta doença, para que não venha a ser afetada a produção do próximo ano”.
Este trabalho é considerado “de caráter urgente” pelo autarca, Luís Fernandes, que defende que haja uma diretriz sobre procedimentos que devem ser adotados para que o problema seja tratado.
O fungo afetou, sobretudo, a qualidade da castanha e, por consequência, o preço, que baixou consideravelmente face ao passado. Este ano, um quilo de castanha está a ser pago na zona de Vinhais e Bragança a cerca de 1 euro, quando, a poucos quilómetros do outro lado da fronteira em Espanha, o valor sobe para mais de 2 euros.
Luís Fernandes garante que “não deixará de continuar a reivindicar medidas de apoio aos agricultores do concelho de Vinhais”.
O município de Vinhais aprovou por unanimidade um documento em que estão vertidas as graves consequências da quebra de produção de castanha no concelho e onde são solicitadas medidas de apoio para os produtores afetados. O documento já foi entregue aos membros do Governo que marcaram presença na Feira da Castanha, no final de outubro, a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, e o ministro da Economia, António Costa e Silva, bem como ao diretor regional-adjunto da Agricultura.
O Executivo camarário decidiu enviar novamente o documento a estas e outras entidades, para que a situação seja devidamente ponderada, analisada e intervencionada, com vista a ajudar os produtores do concelho de Vinhais. A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, disse, numa visita a Alfândega da Fé, no dia 27 de outubro, que o Governo não tem forma de ajudar nas quebras de produção durante as respetivas campanhas, por se tratar de uma matéria segurável, e que devem ser os seguros coletivos a ter a disponibilidade para fazer face a estas quebras de produção.
A Câmara Municipal promete que “não deixará por todos os meios de continuar a exigir que sejam tomadas medidas, tal como constam no documento, ou outras que as entidades competentes entendam para fazer face a este cenário de quebra de produção que se verifica em dois anos consecutivos”.