Cidade perdeu comboio em 1990. Alteração ao PDM já prevê locomotivas do corredor Aveiro-Salamanca.
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Sem ligação ferroviária desde 1990, Viseu ambiciona há anos o regresso do comboio à cidade e o Plano Diretor Municipal (PDM), cuja alteração foi aprovada por unanimidade ontem em reunião de Câmara, prevê não só a passagem de uma nova linha férrea, como já a localização da futura estação de caminhos de ferro.
Por proposta dos técnicos que procederam à modificação do PDM, se os comboios voltarem a passar pela cidade, através do corredor Aveiro-Salamanca, pararão na zona de Repeses, nas proximidades do supermercado Lidl. A estação ficará a cerca de três quilómetros do centro da cidade e a um do Instituto Politécnico de Viseu.
"Encontraram uma ótima localização e é com base nesta preexistência que vamos negociar com a administração central", adiantou Fernando Ruas, presidente da Câmara, esperando que agora que o local está escolhido a cidade não continue sem acesso ferrovia. "Vamos agora pedir [ao Governo] que dê menos prioridade ao Metro de Lisboa e pense no interior e que venha a ligação Aveiro - Viseu - Espanha com a localização da estação ali", declarou.
O novo PDM descarta ainda a possibilidade de ser construída a circular externa, a terceira radial da cidade. Segundo Fernando Ruas, há poucas hipóteses de fazer esta obra, por isso o projeto deixa de estar previsto no plano.
Barragem no máximo
Ontem, na reunião de Câmara, o autarca sossegou ainda a população do concelho em relação à seca. A Barragem de Fagilde, que em 2017 esvaziou, obrigando a uma mega operação de transporte de água com cisternas, está agora na capacidade máxima.
Apesar disso, e como não chove há três meses, o município já pediu à Agência Portuguesa do Ambiente para subir as ensecadeiras instaladas em 2018, o que irá permitir armazenar mais 1500 mil metros cúbicos na albufeira, que tem uma capacidade para 3,8 milhões de metros cúbicos.
A Barragem de Fagilde serve também Mangualde, Nelas e Penalva de Castelo. Cerca de 70% da água armazenada é consumida pelos habitantes de Viseu.
Câmara paga portagens
Para compensar os habitantes da freguesia de Povolide, devido às obras na Ponte de Prime, a Câmara de Viseu decidiu pagar as portagens aos condutores que tenham que recorrer à A25 como desvio. O município suporta apenas este gasto aos moradores daquela freguesia e para quem vai trabalhara utilizando a autoestrada. Para além de terem que passar por um pórtico, o desvio obriga os habitantes a fazer mais quilómetros para chegar a Viseu. A ponte encerrou para obras a 24 de janeiro e os trabalhos devem durar pelo menos um mês.