São 500 os alunos que trabalham na festa. Queimódromo terá menos barracas. Rondas para prevenir comportamentos de risco dos alunos.
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Enquanto a maioria dos alunos só pensa na diversão, há umas quantas centenas que andam a trabalhar para que nada falhe na tão ansiada Queima das Fitas do Porto, que arranca na noite do próximo sábado com a serenata. São 500 os estudantes que há quase um mês asseguram voluntariamente o trabalho de bastidores. Seja na montagem das estruturas que estão no Queimódromo, seja na organização dos eventos culturais que acontecem na próxima semana, ou nas formações que frequentaram para estarem aptos a realizar rondas de prevenção de comportamentos de risco.
Está é, aliás, uma das novidades da organização deste ano, porque os alunos das áreas da Saúde - Enfermagem, Medicina, Nutrição e Farmácia - não só vão colaborar com a Cruz Vermelha Portuguesa no habitual apoio clínico no Queimódromo, como terão um papel ativo no recinto quando realizarem rondas de prevenção de comportamentos de risco. "Numa atitude muito positiva na forma de falar e atuar com os colegas, tentaremos que haja menos idas às Urgências. Temos consciência de que, por não ter havido Queima durante os dois últimos anos, possa haver situações mais delicadas, mas estamos a preparar-nos para isso", disse ao JN Marco Nunes, 23 anos, aluno de Enfermagem.
Altruísmo "fascinante"
Já Simão Silva, 22 anos, "responsável pela montagem, manutenção e desmontagem de todo o recinto do Queimódromo, trabalha dos bastidores da Queima desde que veio estudar para o Porto e sublinha que "é uma experiência incrível". "Esta visão de altruísmo, de estar a fazer algo pelos outros, de estudantes para estudantes, é fascinante", afirma o "açoriano de S. Miguel", como faz questão de destacar. De olhar cansado, Simão vai enumerando algumas das coisas que já foram feitas: "Tudo o que está aqui à volta - perímetros, vedações, saneamento, toda a logística que está por trás disso, trabalho de secretária, de entrega de bilhetes, e de ir buscar material".
Consciente da dedicação de todos os voluntários, Ana Gabriela Cabilhas, presidente da Federação Académica do Porto, ressalva o facto destes estudantes "deixarem de viver a sua Queima - e não só durante a semana da Queima, mas também durante o período de preparação - para fazer acontecer esta celebração".
Comissão Ambiental
A par da criação da Comissão de Prevenção de Comportamentos de Risco, a presidente da FAP destaca que este ano há também uma Comissão Ambiental, que fez com que "todas as barraquinhas e divertimentos tenham limitadores sonoros".
Quase sem voz, Daniela Dias anda "basicamente desde o início de abril" a ir para o Queimódromo "todos os dias, para delinear o espaço das coisas e arrumar a casa", contando que este ano "houve menos inscrições para as barraquinhas", o que faz com que no espaço antes ocupado por 150 vão estar agora 82". Já Rita Marreiros destaca: "Só quem está na organização sabe o suor, a paciência e as horas despendidas no evento, mas que é feito com muito gosto".
Detalhes
Ação simbólica
Cinco mil cartas serão distribuídas pelos "vizinhos" do Queimódromo, numa ação simbólica, que resulta de um compromisso da FAP com a Câmara de Matosinhos, de "mitigar o ruído". Ana Gabriela Cabilhas, presidente da FAP, refere que será pedida "a compreensão de quem ali mora", durante este "período de exceção".
Medidas ambientais
Será feito o aproveitamento da água da chuva para o abastecimento das casas de banho, e a redução do uso do plástico fará com que se mantenha o copo reutilizável. Neste ano, também o copo de shot será em cartão. Os vários espaços de refeições terão oleões.