As zonas do Andante vão deixar de ser designadas por uma letra seguida de um número, como C2 ou S8, e passarão, no início de 2017, a ter o nome da área geográfica, como Porto Centro ou aeroporto, para que os utentes possam entendê-las.
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Ainda este ano, será lançada uma aplicação para telemóvel com informação de toda a rede de transportes públicos, como horários e preços, cujo concurso avança em breve. Mais tarde, será possível através dos dispositivos móveis fazer compras online, usar um cartão virtual e validar viagens.
As novas medidas estão no relatório que será apresentado sexta-feira no Conselho Metropolitano do Porto (CmP). Como noticiou o JN, haverá mais 36 linhas rodoviárias na segunda semana de setembro e mais operadores. E as novas designações estão a ser articuladas com o alargamento, até ao final deste ano, do sistema intermodal a toda a Área Metropolitana do Porto (AMP), que implica criar novas zonas. Para mais tarde, fica o estudo do novo desenho para as atuais que não são usadas pelos operadores. Além disso, conforme foi também noticiado, toda a rede de comboios urbanos será em breve integrada no sistema.
Estudo para criar novas zonas
A AMP promoveu já um estudo que será concluído até dezembro para revisão e ampliação do zonamento. O relatório sobre o progresso dos transportes públicos de passageiros na AMP, a que o JN teve acesso, admite que a aceitação do sistema intermodal pelos operadores "é limitada", porque não cobre toda a região e porque a sua configuração desincentiva a sua adesão.
Quanto à decisão de identificar as zonas do Andante por áreas geográficas e não por números e letras, é reconhecido no mesmo relatório que o atual "zonamento é de muito difícil compreensão" por parte dos utilizadores.
"Prova de matemática"
Avelino Oliveira, secretário metropolitano que coordenou o relatório, disse ao JN que "o zonamento deixará de ser uma espécie de prova de matemática para entrar na faculdade", e destacou a dificuldade para novos utilizadores, como turistas, e menos frequentes. A seu ver, a nova designação servirá também para promoção turística.
Já Marco Martins, coordenador do grupo de trabalho para a mobilidade no CmP, diz que o objetivo da revisão do zonamento é "tornar o tarifário mais justo e equilibrado para todos os utentes em viagens com distâncias semelhantes".
Validação à saída?
"Para uma correta taxação do trajeto, é preciso existir validação quer à entrada quer à saída, pagando o utente os quilómetros efetivamente percorridos" como "na maioria das cidades europeias", defende, notando que tal "implica pelo menos duplicar o número de validadores" e mudar os hábitos do utente.
Sobre a tecnologia que "substituirá o cartão Andante", diz que o bilhete "passará a ser virtual, bastando aproximar o telemóvel do validador, permitindo ao utente conhecer sempre o saldo atualizado".
Plataforma, novo cartão e postos de venda
Além da nova plataforma "mobilidade.amp" para os utentes planearem viagens e consultarem informação online sobre todos os transportes, há outras medidas na forja, como um novo cartão Andante com tecnologia mais avançada e uma nova imagem, em princípio depois do verão. São projetos articulados entre a Área Metropolitana do Porto (AMP) e o TIP - Transportes Intermodais do Porto.
Além disso, está prevista para este ano a disponibilização de mais postos de venda nas instalações dos operadores privados e mais interface na AMP (projeto articulado com a rede Pagaqui). A estratégia definida pela AMP, enquanto Autoridade Metropolitana dos Transportes, após o levantamento dos problemas sentidos pelos utentes, inclui ainda melhoramentos no carregamentos dos passes através da rede Multibanco.