Julgamento de P. Diddy começa com novas revelações sobre agressões a Cassie Ventura
O rapper P. Diddy enfrenta um dos processos mais mediáticos de Hollywood, com acusações de tráfico sexual, agressão e extorsão. O caso inclui vídeos comprometedores, testemunhos de vítimas, nomeadamente ex-namoradas, e relatos de festas privadas marcadas por abusos, conhecidas como "freak offs".
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Depois da seleção do júri, a 5 de maio, Sean "Diddy" Combs apresentou-se esta segunda-feira perante o juiz Arun Subramanian, nomeado em 2022 pelo então presidente dos EUA, Joe Biden.
Detido na madrugada de 16 de setembro no átrio de um hotel em Nova Iorque, nos Estados Unidos, P. Diddy foi acusado pelo Ministério Público de conspiração para extorsão, tráfico sexual, transporte com fins de prostituição, entre outros crimes.
Uma das principais testemunhas do processo é a ex-namorada do produtor musical, Cassandra Ventura - mais conhecida como Cassie - que alega ter sido coagida a participar em atos sexuais com prostitutos durante as festas privadas organizadas por Diddy, conhecidas como “Freak Offs”. Entre as provas centrais do caso está também um vídeo que mostra Puff Daddy a agredir a ex-companheira, atualmente grávida do terceiro filho e com parto previsto para o próximo mês.
Depois da divulgação do vídeo pela CNN, centenas de mulheres e homens vieram a público acusar o rapper de crimes sexuais. As alegadas vítimas são representadas pelo advogado Tony Buzbee.
Declarou-se inocente
O ex-magnata da música, representado pelos advogados Marc Agnifilo e Teny Geragos, declarou-se inicialmente inocente das acusações. Na sala de audiências, contou com o apoio de seis dos seus sete filhos, bem como da mãe, Janice Combs.
Citada pela CNN, a procuradora Emily Johnson revelou que P. Diddy “autodenominava-se rei e esperava ser tratado como tal”. "Esperava que o seu círculo mais próximo satisfizesse todos os seus desejos, incluindo os de natureza sexual", sublinhou durante a audiência.
"Metade da semana, Cassie estava num quarto de hotel escuro, drogada e acordada durante dias, a praticar atos sexuais que não queria com acompanhantes masculinos", descreveu a procuradora, acrescentando que Sean Combs agredia a companheira sempre que ela "não atendesse o telemóvel quando ele ligava" ou "demorava demasiado tempo na casa de banho".
Os dois conheceram-se em 2005, quando a artista, então com apenas 19 anos, assinou contrato com a Bad Boy Records, a editora de Sean "Diddy" Combs, que na altura tinha 37. O relacionamento manteve-se até 2018.
"Freak Offs"
O advogado de Sean "Diddy" Combs defendeu que as centenas de frascos de óleos de bebé encontrados na casa do rapper não configuravam um crime, enquanto o júri se prepara para ver imagens das famosas "Freak Offs", eventos conhecidos por serem verdadeiras maratonas de sexo.
Daniel Phillip revelou que foi contratado, em 2012, para fazer um striptease numa despedida de solteira no Gramercy Park Hotel. No entanto, quando lá chegou, encontrou apenas uma pessoa - Cassie Ventura - que lhe abriu a porta em lingerie e pediu para lhe aplicar óleo no corpo.
Segundo a testemunha, Combs acabou depois por assistir ao momento, enquanto se masturbava. Vários encontros entre Daniel Phillip e Cassandra Ventura ocorreram entre 2012 e 2014, embora a cantora parecesse sempre estar sob o efeito de estupefacientes, relatou o homem, que chegou a ver o rapper agredir a ex-companheira, nomeadamente a arrastá-la pelos cabelos até ao quarto. "Não sabia o que fazer, fiquei chocado", relatou.