Atriz transgénero Karla Sofía Gascón está nomeada para os Oscars pelo papel no filme "Emilia Peréz", mas uma série de comentários racistas publicados nas redes sociais, em 2021, quase a afastaram da possibilidade de levar a estatueta para casa.
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É a primeira mulher transgénero a disputar os Oscars na categoria de Melhor Atriz, mas o passado quase a tramou. Depois de a jornalista Sarah Hagi ter partilhado capturas de ecrã de publicações antigas, onde Karla Sofía Gascón criticava a cultura muçulmana e a Academia de Cinema dos Estados Unidos, a atriz deu uma entrevista à CNN para garantir que não iria renunciar aos prémios.
"Não posso desistir de uma nomeação para um Oscar porque não cometi nenhum crime nem fiz mal a ninguém. Não sou racista nem nada daquilo que todas estas pessoas tentaram fazer crer que sou", disse, pedindo "desculpas a todas as pessoas que se possam ter sentido ofendidas".
Após a partilha de Sarah, Gascón desativou a conta no X (antigo Twitter) e fez um comunicado, divulgado pela imprensa norte-americana, onde lamentava os comentários racistas de 2021. "Como membro de uma comunidade marginalizada, conheço demasiado bem este sofrimento e lamento profundamente ter causado dor. Toda a minha vida lutei por um mundo melhor. Acredito que a luz triunfará sempre sobre as trevas", referia a nota.
Em declarações à estação televisiva, a artista, de 52 anos, negou também um tweet de 2022, entretanto eliminado, onde descrevia a colega de elenco Selena Gomez de forma depreciativa. "Não é meu, é claro, eu nunca disse nada sobre minha colega, eu nunca me referiria a ela dessa maneira", sublinhou.
O filme "Emilia Pérez" lidera a corrida aos Oscars com 13 nomeações, entre as quais Melhor Filme (Karla Sofía Gascón), Melhor Atriz e Melhor Atriz Secundária (Zoë Saldaña).