Uma nova música do rapper Kanye West que glorifica o líder nazi Adolf Hitler acumulou milhões de visualizações na plataforma X, de Elon Musk, após ter sido banida por outros sites como o YouTube.
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West, vencedor de 24 Grammys ao longo da sua carreira no hip-hop, tem feito repetidas declarações antissemitas e pró-nazis nos últimos anos.
"Heil Hitler" foi lançado a 8 de maio pelo artista de 47 anos, que agora prefere ser tratado por Ye, o 80.º aniversário da derrota da Alemanha nazi na II Guerra Mundial. Até sábado, o vídeo tinha sido visto quase 10 milhões de vezes.
No vídeo, dezenas de homens negros, usando peles de animais e máscaras, e em formação de bloco, entoam o título da música, enquanto West faz rap sobre ser incompreendido e a sua batalha pela custódia com a ex-mulher Kim Kardashian. A música termina com um excerto de um discurso do ditador nazi.
"Removemos o conteúdo e continuaremos a remover", disse um porta-voz do Youtube à "NBC News". Também o Reddit disse à "NBC News" que iria remover qualquer versão da música da sua plataforma, com um porta-voz a acrescentar: "O ódio e o antissemitismo não têm lugar no Reddit". A música foi também removida das plataformas de streaming Spotify e Apple Music.
Desde que Musk comprou o Twitter (agora X) em 2022, tem permitido o discurso de ódio e a desinformação na plataforma, posicionando-se como um defensor da liberdade de expressão. Porém, os críticos dizem que o fundador da Tesla e da SpaceX está a amplificar aqueles que partilham as suas convicções políticas.
Musk tornou-se um aliado próximo do presidente Donald Trump e doou 277 milhões de dólares (248 milhões de euros) para apoiar Trump e outros candidatos republicanos nas eleições de 2024.
Em fevereiro, a conta X de West foi desativada após um discurso antissemita de vários dias, em que se referiu repetidamente a si próprio como um "nazi". Nesse mês, o site da sua marca de moda Yeezy foi removido após terem sido colocadas à venda t-shirts brancas com uma suástica.
O rapper já tinha sido bloqueado das plataformas de redes sociais no passado, principalmente quando foi banido do X durante quase oito meses por violar regras que proíbem o incitamento à violência.
A Adidas também cortou relações com West em 2022, após alegações de antissemitismo contra ele. A parceria foi uma das mais bem-sucedidas na área de artigos desportivos da história, e a linha Yeezy resultante ajudou West a tornar-se multimilionário. No sábado, a "Forbes" estimou o seu património líquido em 400 milhões de dólares (358 milhões de euros).
Durante anos, West falou abertamente sobre as suas lutas contra a doença bipolar e contou no podcast "The Download" que foi diagnosticado com autismo.