Depois de Londres e Milão, o Portugal Fashion inaugurou em Paris um showroom com dez marcas nacionais durante a semana da moda, no famoso bairro do Marais. A iniciativa visa impulsionar a visibilidade de jovens designers e fortalecer a presença da moda portuguesa no mercado internacional.
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Esta quinta-feira, o Portugal Fashion abriu as portas do seu primeiro showroom em Paris, reunindo dez marcas portuguesas no bairro do Marais, conhecido pela fusão de tradição histórica e modernidade, com boutiques de luxo, lojas independentes e espaços de design.
Mónica Neto, diretora do Portugal Fashion, explicou que o objetivo é criar uma presença regular e reconhecida da moda portuguesa: "Queremos ter uma marca que se apresente regularmente e que consiga gerar credibilidade e interesse junto desta comunidade que vem a Paris", sublinhando que a cidade é "montra principal dos profissionais de moda para conhecer novos criadores e fazer negócio".
O espaço estará aberto até sábado e apresenta projetos emergentes como Lo Siento, Maria Carlos Baptista e Veehana, apoiados pelo BLOOM Incubator Programme, bem como marcas já consolidadas, incluindo Susana Bettencourt, David Catalán, Nopin, Pé de Chumbo, Davii, Gonçalo Peixoto e Duarte Hajime.
Jovens talentos e marcas consolidadas
O showroom divide-se em duas áreas: uma dedicada a designers em fase de profissionalização, focada na experimentação e no desenvolvimento do negócio, e outra composta por marcas com experiência, capazes de dar seguimento a encomendas e exportar internacionalmente.
Durante a inauguração, dezenas de visitantes exploraram o espaço e, do lado de fora, quem não conseguia entrar observava as sessões fotográficas com modelos a vestir as coleções, criando uma pequena "vitrine" para os curiosos do Marais, quer no interior do espaço como na rua. Uma dinâmica diferente para revelar o que melhor se faz em Portugal e que confirma a capacidade de reinvenção do Portugal Fashion e dos criadores nacionais.
Maria Carlos Baptista, que trabalha sozinha na sua marca, descreveu a experiência como "um momento muito feliz", destacando a oportunidade de chegar a um público novo e de estabelecer contactos com diferentes visões. João Viana, da Veehana, evidenciou a receção positiva aos materiais e cortes das suas criações.
José Vieira, da Lo Siento, reforçou a importância do evento para o crescimento das marcas portuguesas: "É muito importante termos esta visibilidade e oportunidade de contacto com compradores e com o mercado." O duo Lo Siento aposta em streetwear inovador, desafiando padrões de género, com combinações inesperadas de peças masculinas e femininas, onde a cor vermelha se destaca.
Mónica Neto frisou que o ecossistema português combina tradição e criatividade: "O 'created in Portugal' já não é apenas saber fazer, é criar. O Portugal Fashion, 30 anos depois, sente o carinho da comunidade internacional e confirma que a moda portuguesa vive uma fase muito positiva."