Rei Carlos III fala sobre cancro e envelhecimento: "As peças não funcionam tão bem quando se passa dos 70"
Monarca britânico visitou doentes com cancro no Midland Metropolitan University Hospital, em Birmingham. Durante a visita, o rei Carlos III falou sobre os desafios do envelhecimento e sobre como enfrenta a sua própria luta contra a doença.
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O rei britânico Carlos III visitou, nesta quarta-feira, o Midland Metropolitan University Hospital, em Birmingham, na região de West Midlands, no centro de Inglaterra, onde teve oportunidade de conversar com doentes que, tal como ele, enfrentam um diagnóstico de cancro.
Durante a visita, o monarca, de 76 anos, conheceu Jacqueline Page, uma paciente de 85 anos, com quem trocou brincadeiras sobre a saúde. Em conversa, comentou: "Eu sei, isto é uma coisa terrível, ainda continuo a descobrir. As peças não funcionam tão bem quando se passa dos 70."
Questionado sobre a sua recuperação por outro paciente, Matthew Shinda, de 73 anos, o rei respondeu que não estava "muito mal". Shinda revelou ter cancro da próstata, ao que Carlos III acrescentou que "metade do problema é detetá-lo a tempo". "Penso que a parte boa é que estão a lidar cada vez melhor com este tipo de coisas. A dificuldade é que há sempre esperança. Lamento por isso, é tão frustrante", acrescentou.
Um caso de resistência
Em 2024, o Palácio de Buckingham confirmou que o rei, tal como a nora, a princesa Kate, tinha sido diagnosticado com cancro, sem especificar a localização. Enquanto Kate já entrou em remissão, o mesmo não se aplica a Carlos III, cujo estado de saúde não foi novamente divulgado oficialmente.
Em maio deste ano, um assessor destacou a forma como o soberano tem gerido a doença, afirmando que "o que se aprende com esta doença [cancro] é que simplesmente se gere. E é isso que ele faz. A medicina fez avanços incríveis e, sinceramente, não vejo nenhuma diferença nele".
O porta-voz notou que, seguindo as recomendações médicas, Carlos III consegue levar uma vida quase normal e cumprir os seus deveres com plena dedicação. Segundo ele, "não é segredo que ele continua a fazer tratamentos, mas como está em forma, está a lidar muito bem com tudo. Como toda a gente sabe, ele é guiado pelo dever, então simplesmente segue em frente".
Bengala levanta questões
O rei tem surgido algumas vezes apoiado numa bengala, o que não foi o caso nesta visita, gerando alguma preocupação face à sua batalha contra o cancro, embora fontes próximas garantam que se trata de uma medida preventiva ou de apoio temporário.
Carlos III retomou compromissos adiados devido aos efeitos secundários das terapias. Na visita ao hospital mostrou-se sorridente, combinando humor com reflexões sobre a vida e a doença.
A visita antecede o regresso do rei a Londres, vindo das férias de verão em Balmoral, e uma sequência de compromissos institucionais, incluindo a visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de 17 a 19 de setembro, e o possível encontro com o seu filho Harry, que chega dos Estados Unidos a 8 de setembro.