A banda irlandesa U2 manifestou-se publicamente sobre a escalada do conflito entre Israel e Palestina, numa mensagem que denuncia com clareza as ações do Hamas e do governo liderado por Benjamin Netanyahu. Bono afirmou que o executivo do Estado de Israel "merece uma condenação categórica e inequívoca".
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Numa publicação partilhada no Instagram, Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. expressaram a sua profunda preocupação com o impacto da violência sobre civis e apelaram a um fim imediato das hostilidades.
Apesar de não se considerarem especialistas na política da região, os U2 consideram fundamental esclarecer a sua posição, alertando que o bloqueio da ajuda humanitária e os planos para uma ofensiva militar total em Gaza empurram o conflito para "território desconhecido".
Bono classificou as ações do Hamas como "diabólicas", mas dirigiu críticas severas a Netanyahu e ao seu executivo, denunciando a brutalidade infligida ao povo palestiniano em Gaza e na Cisjordânia, não só desde 7 de outubro, mas há muito tempo.
Para o vocalista, "não há justificação para a brutalidade que o governo de extrema-direita inflige ao povo palestiniano", reafirmando que o atual governo, liderado por Benjamin Netanyahu, "merece uma condenação categórica e inequívoca".
Bono alertou ainda para a ofensiva terrestre anunciada pelo governo israelita, vista por muitos como uma tentativa de colonização de Gaza, e questionou "em que século estamos", perante a escalada de "depravação e ilegalidade".
O guitarrista The Edge lançou três perguntas incisivas a Netanyahu, questionando a repercussão do prolongamento do conflito na imagem de Israel, os objetivos de remover os palestinianos dos territórios ocupados e a rejeição da solução de dois Estados. Para The Edge, a instalação de um regime de apartheid destruiria o argumento moral para a existência de Israel.
"Desumano e criminoso"
O baixista Adam Clayton criticou a alegada superioridade tecnológica do exército israelita perante a devastação em Gaza e destacou que "preservar a vida dos civis é uma escolha nesta guerra".
O baterista Larry Mullen Jr. condenou o uso da fome como arma de guerra, descrevendo-o como "desumano e criminoso", especialmente quando afeta crianças inocentes. Mullen lamentou também o silêncio predominante em Israel e na diáspora, onde apenas uma minoria expressa indignação.
Estas declarações surgem meses depois do apelo de Bono, nos prémios Ivor Novello, para o fim do conflito e a libertação dos reféns, onde criticou tanto o Hamas como o extremismo dentro de Israel.
Organismos internacionais, incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Tribunal Internacional de Justiça, levantam suspeitas de crimes de guerra em Gaza, o que Israel rejeita com veemência.
Além da condenação pública, os U2 comprometem-se em apoiar financeiramente as vítimas do conflito. Bono confirmou que a banda irá fazer doações para a organização Medical Aid For Palestinians, que presta assistência médica e humanitária na região.