O acordo de princípios entre o Ministério da Educação e oito dos 14 sindicatos do sector deu origem a uma invulgar consensualidade nos partidos com assento parlamentar: todos elogiam o "salto em frente"; todos lamentam "o tempo perdido"; todos alertam para a necessidade de se continuar a apurar o sistema educativo.
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"O trabalho está longe do fim. Aliás, acabou de começar", observou, ao JN, Ana Drago, do Bloco de Esquerda, lamentando "o absurdo que foi a guerra dos últimos quatro anos". Na opinião da deputada, para quem o acordo "não corrigiu ainda muitos aspectos negativos", é preciso esperar para "perceber se o acordo terá correspondência na lei". E depois "iniciar um longo caminho, que olhe para todo o sistema educativo".
Miguel Tiago, do PCP, também releva o facto de o acordo "aliviar a tensão", mas não evita as críticas ao Governo que "se empenhou em fragilizar a escola pública". "Na última legislatura houve um retrocesso civilizacional: o ataque aos docentes foi gratuito e não serviu ninguém". No entanto, realça que só foi possível chegar aqui porque "o PS perdeu a maioria".
PSD e CDS chamam a si os louros. Os sociais democratas porque consideram que "não teria havido entendimento" sem o seu projecto de resolução, afirma Pedro Duarte; os democratas cristãos porque entendem que "o acordo reflecte as opiniões" do partido. Ambos ressalvam que é preciso ir mais longe. O CDS, diz José Manuel Rodrigues, apresenta já este mês uma proposta para "acabar com o facilitismo e devolver a autoridade ao professor".