O ministro da Defesa desvalorizou os protestos de "um grupo de militares", dizendo que é preciso não confundir "uma parte com o todo" das Forças Armadas, embora ressalvando que a contestação "é aceitável" desde que cumpra a lei.
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Em declarações à Lusa, em São Vicente, Cabo Verde, durante uma visita que realiza ao país, José Pedro Aguiar-Branco começou por dizer que "tudo o que é o exercício do direito à crítica num enquadramento democrático é legítimo".
"Só nas ditaduras é que o direito à crítica é silenciado. Tudo o que se encerra num respeito pelas regras da Constituição e do ordenamento jurídico é legítimo e compreensível", afirmou.
No entanto, o ministro fez um apelo: "Não confundamos uma parte com o todo. E o todo são as Forças Armadas (FA), que tem a sua representatividade nas chefias, e que tem uma expressão, inclusivamente numérica - são 40 mil os efectivos das FA -, significa e bem que não é um pequeno grupo que põe em causa o princípio de coesão, sentido de unidade e patriótico patriótica".
Questionado se teme que estes protestos destabilizem as Forças Armadas, o ministro respondeu negativamente.
"Estou tranquilo porque nem por um milímetro duvido do sentido de coesão, unidade e sentido patriótico das Forças Armadas", disse.
Dirigentes das associações militares assistiram esta quarta-feira à votação final global do Orçamento do Estado para 2012 nas galerias em protesto contra o documento que contém cortes para o sector e um grupo de cerca de 200 militares realizou, ao final do dia, uma vigília em frente ao Palácio de Belém para apelar ao presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas para que vete o diploma.