O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, apelou à população para que não se deixe humilhar, considerando que o orgulho do povo "não é para ser rebaixado".
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"O povo tem momentos cruciais e um povo, em circunstância alguma, se pode deixar humilhar, principalmente, se deixar humilhar por aqueles que oprimiram esse povo centenas e centenas de anos, levando-lhe os seus recursos", afirmou Alberto João Jardim.
O chefe do Executivo madeirense, que discursava na inauguração do Edifício de Serviços Públicos de Santana, considerou que "aqueles" são os que "agora têm inveja deste povo, com autonomia, ter levantado a cabeça e ter passado a ter condições de vida dignas".
"Não sonhavam, quando conquistámos a autonomia política, que esta ia estar na base da formação de uma identidade forte, uma identidade de que se orgulha o povo madeirense", acrescentou, sublinhando: "Aquilo que é nosso orgulho não é para ser rebaixado pelos outros".
Às centenas de pessoas presentes, Alberto João Jardim insistiu: "Aquilo que é nosso orgulho é para agarrarmos firmemente com a mão e irmos para a frente. Ninguém para o povo madeirense".
O governante acrescentou que se perdeu "aquilo que a política tem de mais nobre, que é pensar nas pessoas, na sua dimensão completa, desde o seu bem-estar material às suas necessidades culturais, espirituais e sociais, e reduziu-se tudo a números".
Segundo Alberto João Jardim, "só pensam no bezerro de ouro, só pensam no dinheiro, criticam o que se faz para bem do povo, porque só acham que se devia fazer aquilo que rende imediatamente dinheiro".
"Não têm respeito pelo facto de o povo também ter direito a benefícios culturais, a benefícios sociais, ao benefício da qualidade de vida", referiu ainda o presidente do Governo Regional, para quem a Europa está hoje "decadente".
"Está a fazer as leis mais aberrantes que se conhecem, para a própria natureza do homem e da mulher, porque esta gente perdeu a noção do que são valores espirituais, sociais e culturais", declarou.
O edifício inaugurado, um investimento de cerca de quatro milhões de euros, agrega no mesmo espaço a conservatória dos registos civil e predial, os serviços da segurança social e finanças, a delegação escolar, Junta de Freguesia de Santana e cartório notarial.
A obra, da Sociedade de Desenvolvimento do Norte, teve 80% de financiamento comunitário.