O candidato presidencial Manuel Alegre elogiou hoje, sábado, o primeiro-ministro por recusar uma intervenção do Fundo Monetário Internacional em Portugal e disse esperar que Sócrates se "mantenha fiel" em defesa do conceito de justa causa na esfera laboral.
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Manuel Alegre falava à agência Lusa em reacção ao teor da primeira parte da entrevista hoje, sábado, concedida pelo primeiro-ministro ao DN e TSF, e, também, num comentário às posições que José Sócrates assumiu na sexta-feira, na Assembleia da República, durante o último debate quinzenal.
Na entrevista ao DN/TSF, Manuel Alegre destacou "a determinação do primeiro-ministro de querer resolver os problemas do país sem recurso ao FMI (Fundo Monetário Internacional)".
"É uma posição correcta e que merece o apoio de todos os que preservam a autonomia e a dignidade do país", considerou o candidato presidencial apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda.
Ainda em relação a esta entrevista dada pelo primeiro-ministro, Manuel Alegre classificou como "importantes" as ideias do Governo no sentido de "continuar a apostar no crescimento económico, com investimento na requalificação do parque escolar e na requalificação urbana".
"A requalificação urbana é muito importante para impedir a degradação e a desertificação dos centros históricos e para resolver os problemas da habitação, sobretudo dos mais jovens", observou Manuel Alegre.
Já em relação às mais recentes posições de José Sócrates sobre as mudanças a introduzir no mercado de trabalho em Portugal, Manuel Alegre afirmou concordar com a ideia de "concertação social" do primeiro-ministro, mas vincou que a sua posição "é conhecida" no que respeita à legislação laboral.
< "Não se deve mexer nas leis laborais nem abrir a porta ao despedimento individual. Registo que [sexta-feira], na Assembleia da República, o primeiro-ministro garantiu que não está em causa o conceito de justa causa nem a liberalização dos despedimentos", apontou o candidato presidencial, que, no entanto, deixa um aviso ao Governo.
"O que se está a discutir em concreto [sobre legislação laboral] não sei. Espero que o Governo se mantenha fiel à defesa do conceito de justa causa", acrescentou.