O Chefe do Estado-Maior do Exército, general Pinto Ramalho, explicou, este sábado, que apesar da actual contenção financeira, a instituição continuará a promover cerimónias evocativas, embora com "moderação".
Corpo do artigo
"Nós temos prioridades e o dinheiro é canalizado para a primeira prioridade do Exército, que é realmente a preparação, sobretudo da sua componente oficial", garantiu o Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), à Lusa, à margem da cerimónia evocativa da retirada das últimas forças francesas de Almeida, durante a Guerra Peninsular (1807-1810).
Segundo Pinto Ramalho, apesar dos cortes orçamentais, "aquilo que se prende com a preservação dos valores, a afirmação dos valores, a ligação com a sociedade" é também "um aspecto vital".
Por isso, o responsável garantiu que as actividades comemorativas de efemérides, como aquelas que estão relacionadas com a evocação das invasões francesas, continuarão a ser promovidas embora "com moderação".
"Dentro das prioridades que estabelecemos, também com certeza continuaremos a comemorar estes aspectos", disse o CEME, referindo que a vila de Almeida "continuará a ser objecto da atenção do Exército, como tem sido até aqui".
A cerimónia realizada, este sábado, promovida pelo Estado-Maior do Exército e pela Câmara local, incluiu uma evocação histórica e o desfile de forças militares e esteve integrada nas comemorações dos 200 anos da Guerra Peninsular.
O general Pinto Ramalho afirmou que as iniciativas comemorativas, realizadas em vários pontos do país, registam "um balanço extremamente positivo".
Destacou a colaboração entre o Exército e as autarquias envolvidas e o facto de as populações terem tomado conhecimento "dos factos históricos" e do comportamento das populações e do exército da época, "em prol da defesa e da independência de Portugal".
Durante a cerimónia militar, o CEME afirmou no seu discurso que "a Guerra Peninsular constitui um dos momentos mais relevantes para a história de Portugal".
"O que comemoramos hoje, é a vitória do povo português face à tentativa de o subjugar pela força", lembrou.
Segundo Pinto Ramalho, "ficou demonstrado, mais uma vez, que o povo português, tem um espírito insubmisso, e que nos momentos mais difíceis, o seu soldado revela a sua bravura, grandeza e patriotismo".
O presidente da Câmara de Almeida, António Baptista Ribeiro, destacou a importância das comemorações evocativas das invasões francesas, declarando tratar-se de uma aposta para continuar.
Disse que os aspectos históricos relacionados com aquele período constituem "uma imagem de marca" do Município e são importantes "para a dinamização do tecido económico" e para "a aspiração de elevar Almeida a património da UNESCO".
A antiga praça forte de Almeida, localizada perto da linha de fronteira com Espanha, é considerada uma "jóia" da arquitectura militar abaluartada.