BE acusa Governo de não interceder pelo BES quando fez "venda de favor" a Angola
A porta-voz do BE criticou o Governo por não exigir responsabilidades ao governo angolano pela garantia soberana ao BES quando fez "uma venda de favor" do BPN, levando o primeiro-ministro a pedir a defesa da honra.
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Durante o debate quinzenal na Assembleia da República, Catarina Martins interrogou Pedro Passos Coelho sobre "as diligências" do Governo português "junto das autoridades angolanas para que a garantia" sobre o BES Angola "não fosse rasgada".
Na resposta, o primeiro-ministro advertiu que esse é um assunto da competência do Banco de Portugal, remetendo para o governador, Carlos Costa, e para os anteriores administradores do BES e do BES Angola.
"O BES não era um banco público, era um banco privado, e as garantias que possam ter sido oferecidas seja por quem for relativamente a créditos das instituições respeitam às instituições e neste caso, tratando-se de instituições financeiras, ao Banco de Portugal", sustentou.
De seguida, a líder do BE acusou Passos de ter um tratamento diferenciado nestes dois casos: "Quando foi da comissão de inquérito ao BPN o senhor primeiro-ministro e o seu Governo envolveram-se pessoalmente em negociações com o governo angolano para garantir a venda do BPN ao BIC".
"É difícil perceber como é que na altura considerava que o seu Governo devia interceder junto das autoridades angolanas porque estava o interesse nacional em causa e agora não tem nada a ver com isto", considerou.