O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, caracterizou, esta sexta-feira, a recuperação económica já alcançada como "uma recuperação sustentada e saudável", sublinhando que o fim do programa de assistência financeira não representou "o retorno a velhas políticas".
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Em jeito de balanço, o primeiro-ministro aproveitou a intervenção inicial do último debate quinzenal do ano para destacar os dados da economia relativos a 2014 já conhecidos , concluído que, embora a recuperação económica pudesse ter sido "mais vigorosa", Portugal alcançou "uma recuperação sustentada e saudável".
Além disso, acrescentou, o facto de se ter fechado o programa de assistência económica e financeira não significou "o retorno a velhas políticas que minaram a competitividade das empresas, minaram a competitividade da economia e que prometem a prazo falências e desemprego".
Falando em perspetivas "bem mais positivas e esperançosas" para os portugueses em 2015, depois dos momentos decisivos e até "dramáticos" que foram vividos, Passos Coelho lembrou que o crescimento "moderado, mas sustentado" da economia tem sido apoiado em contas externas positivas e no aumento das exportações.
Por outro lado, acrescentou, registou-se também uma recuperação da procura interna, com retoma do consumo e do investimento.
"O nosso crescimento é saudável e sustentável quer quando olhado por via da procura interna - consumo sem endividamento- quer do lado investimento, que está no essencial a ser dirigido para equipamentos, maquinaria, que acabará por produzir um aumento do produto potencial a prazo", sustentou.
Pedro Passos Coelho recuperou, a propósito, os dados do boletim do Banco de Portugal divulgados esta semana para concluir que há "um crescimento robusto exportações", um "crescimento moderado" da procura interna e "tudo isto sem acrescentar dívida, quer às famílias, quer às empresas, sem qualquer modelo económico que esteja condenado ao fracasso no médio prazo".
A poucas semanas do início de um novo ano, o primeiro-ministro falou ainda dos "desafios muito relevantes" que Portugal tem pela frente, destacando a taxa ainda "muito elevada" do desemprego, não obstante o emprego ter vindo a crescer de forma "sustentada" ao longo dos últimos meses.
"É um desafio muito considerável que transita para 2015 e para os anos seguintes", reconheceu. Outros dos desafios apontados pelo primeiro-ministro foi a correção das assimetrias sociais, com Pedro passos Coelho a admitir a existência de "problemas sérios com a desigualdade social".
"Felizmente é uma matéria que não foi agravada pela crise, mas temos há muitos anos a esta parte uma assimetria demasiado cavada que precisa de ser corrigida e que permanece como um dos desafios muito importantes para os anos seguintes", preconizou.