O BE classificou o Documento de Estratégia Orçamental com um "embuste orçamental", alertando para a possibilidade da entrada em vigor da nova tabela salarial da função pública poder vir a significar uma redução de salários.
Corpo do artigo
"Este documento pode resumir-se em três palavras: é o documento do embuste orçamental", afirmou a cabeça de lista do BE às eleições europeias, Marisa Matias, numa reação ao DEO, esta tarde divulgado pelo Governo.
O DEO alivia a contribuição extraordinária dos pensionistas, repõe 20% dos cortes aplicados aos trabalhadores do setor público em 2015, mas agrava as contribuições para a Segurança Social em 0,2 pontos percentuais (para 11,2%) e sobe a taxa máxima do IVA para 23,25%.
Destacando o aumento do IVA e o "aumento irrevogável das contribuições dos trabalhadores", Marisa Matias acusou o Governo de ter transformado os cortes antes anunciados como provisórios em cortes "definitivos".
"Mesmo a tão anunciada devolução de 20% dos cortes em 2014 ao entrar ao mesmo tempo que a tabela salarial única pode significar uma redução de salário para muitos funcionários públicos", salientou.
Marisa Matias referiu-se ainda à reforma da segurança social prometida pelo Governo, lamentando que na verdade o que esteja a ser proposto seja uma nova taxa e o aumento do IVA.
"Os portugueses já sabem que cada vez que o Governo promete uma reforma setorial têm que agarrar as suas carteiras", gracejou.