BE critica projecto do PSD e diz que vai apresentar proposta revisão da Constituição
O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, criticou a revisão constitucional do PSD e garantiu que o seu partido vai apresentar um projecto, defendendo que o tema só deve ser discutido depois das eleições presidenciais.
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"O PSD apresentou o seu projecto de revisão constitucional e certamente haverá um debate sobre os vários projectos. O BE apresentará o seu, um debate a seu tempo, depois das eleições para a Presidência da República. Em qualquer caso, este projecto tem uma virtude, mostra o Portugal que a direita quer", disse.
O líder do BE, que visitava as Festas da Moita, no distrito de Setúbal, considerou que o PSD quer um país em que "qualquer trabalhador possa ser despedido pela livre vontade do seu empregador".
"Retira a proibição, absolutamente constitucional, do despedimento sem justa causa. O PSD quer um despedimento aja justa causa ou não aja justa causa", salientou.
"O PSD quer também que, o que Passos Coelho chama uma família de rendimentos médios, com 700 euros, passe a pagar impostos para financiar os serviços públicos e também pague a sua própria saúde, ou seja, pague duas vezes", criticou.
Francisco Louçã deixou também um aviso ao PS e a José Sócrates. "Quando o projecto do BE for apresentado, o Governo saberá que com essa Constituição não poderá continuar a entregar hospitais públicos a privados, a transformar a saúde e o Serviço Nacional de Saúde num negócio privado, que é o que José Sócrates está a fazer", disse.
O líder do BE lembrou que a discussão do Orçamento do Estado está à porta e que apenas depois das eleições para a Presidência da República se deve discutir a revisão constitucional.
"Os projectos serão apresentados no prazo de um mês e nesse prazo o BE apresentará o seu projecto, mas nesse tempo entraremos no debate do Orçamento do Estado, que vai concentrar a atenção política, não vai haver simultaneamente revisão constitucional e Orçamento do Estado", afirmou.
"Vai haver Orçamento, onde vamos discutir a política fiscal, a justiça económica, a clareza do financiamento das escolas e, depois das eleições presidenciais, é que será tempo de discutir a revisão. O PSD tem muita pressa, mas não está articulado com as necessidades do país", concluiu.