A primeira candidata do BE às europeias, Marisa Matias, antecipou, quarta-feira á noite, noite que "a direita vai perder estas eleições por muito", apelando à esquerda para que vote no Bloco que já provou conseguir fazer "alianças" contra a austeridade.
Corpo do artigo
Em Almada, e "a menos de 100 horas" das europeias de domingo, Marisa Matias demonstrou que "ninguém deu pela salvação do país da bancarrota" e que "a direita vai perder estas eleições e vai perder por muito", até porque quem votou nesses partidos "não volta a cometer o mesmo erro.
A cabeça de lista do BE ao Parlamento Europeu enumerou aquelas que considera serem as razões pelas quais os eleitores de esquerda vão votar no Bloco.
"A primeira é porque nós não temos dúvidas relativamente à austeridade, rejeitamos toda a austeridade. A segunda é porque - e esta lista que apresentamos é a prova disso - nós já provamos e continuamos a fazer alianças, e propostas que juntem todas as forças possíveis contra a austeridade", concretizou.
Marisa Matias garante que o BE é capaz de "fazer pontes e alianças para combater a austeridade e para propor políticas de crescimento e de criação de emprego".
"Já o fizemos no partido da Esquerda Europeia, fazemo-lo quando apresentamos e apoiamos a candidatura de Alexis Tsipras, fazemos em cada momento que nos apresentamos como a força de esquerda contra a austeridade, que é internacionalista, plural e que tem alternativas", justificou, garantindo que o melhor voto no domingo é "na estrelinha com cabeça".
No discurso da eurodeputada recandidata, tempo ainda para responder à chanceler alemã, Angela Merkel, que numa entrevista tornada pública terá dito que a futura Comissão Europeia já está toda escolhida.
"Para a senhora [Angela] Merkel a vontade de 500 milhões de pessoas que vivem na União Europeia e que têm direito a manifestar a sua escolha, são automatismos. Para nós chama-se democracia e não se decide antes das eleições", criticou.
Marisa Matias apelidou ainda "os dirigentes deste governo" como sendo "os automatismos da senhora Merkel".
"Mas nós não somos automatismos, somos pessoas com direitos, com dignidade. Iremos votar para dizer à senhora Merkel que aqui em Portugal, como aliás na União Europeia, a direita vai perder e vai perder por muito", enfatizou.
Outra das intervenções da noite foi a de Fernando Rosas, personalidade do Bloco que falou do "monopólio rotativo" dos três partidos que têm estado na governação.
"De que partido vêm os políticos da corrupção, das pouca vergonhas, do escândalo? (...) Quem são os partidos e os políticos que trouxeram para este pais a razia e a desgraça ? Que assinaram o memorando da "troika"? Que cortaram os salários ? Que cortaram as pensões ?", questionou.
A resposta de Rosas surgiu depois: "eu digo-vos quais são: o PS que ajoelhou perante a "troika", PSD e CDS que desenvolveram e aprofundaram essa politica. Esses partidos devem responder politicamente perante o povo".