Bloco diz que Governo vai para o inferno e Portas assume que "valor trabalho já ajustou"
A deputada bloquista Mariana Aiveca afirmou, esta sexta-feira, que o destino do Governo é o inferno, por dar e tirar, enquanto o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, declarou que "o valor do trabalho já ajustou" o suficiente.
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"Temos aqui uma face oculta do Governo em relação aos cortes, sobre se são transitórios ou permanentes", apontou, acrescentando que, "no manual da democracia-cristã, quem dá e tira vai para o inferno", com referência ao descongelamento de certas pensões "em cêntimos" e o corte "em muitos euros" de diversas retribuições e subsídios por parte do executivo da maioria PSD/CDS-PP.
Portas apontou "erros na conceção original do programa de assistência económica e financeira acordado com a 'troika', "matéria agora universalmente reconhecida", mas sublinhou que foi este Governo que "aumentou as pensões mínimas, sociais e rurais, apesar da 'troika', do memorando e da austeridade" devido à sua consciência social".
"O Governo teve de se bater, junto daquelas instituições, em relação às metas orçamentais ou ao valor trabalho, que consideramos que já ajustou", disse o líder do CDS-PP, acrescentando ter sido "dos primeiros a notar e a falar sobre as divergências entre os responsáveis das instituições internacionais e o comportamento das missões técnicas".
O ecologista José Luís Ferreira incitou Portas a dizer "quando vai devolver aos portugueses tudo quanto foi retirando", se é a 17 de maio, como indica "o seu relógio do fim do protetorado".
Portas defendeu ser essencial Portugal conseguir "viver com finanças e contas controladas", a fim de atingir "crescimento económico e mais emprego", sublinhando a necessidade de que "é do interesse nacional, de qualquer Governo, que os principais partidos do arco da governabilidade se entendam sobre o 'pós-troika', devendo "os partidos que aspiram a governar ser capazes de colocar esse interesse nacional acima do interesse eleitoral".
"O fim da 'troika' significa o fim do protetorado, mas não significa irresponsabilidade porque o dinheiro não cresce nas árvores. Se tivéssemos seguido o caminho da Grécia, de bater o pé e reestruturar (a dívida), como defendia a oposição, estávamos bem pior. Bater o pé não é falar mais alto ou de forma estridente, é ter credibilidade e confiança", reforçara a deputada democrata-cristã Cecília Meireles.