Cavaco afasta novo resgate e defende que Portugal não deve utilizar a palavra "negociação"
O Presidente da República rejeitou, esta sexta-feira, um segundo resgate para Portugal, defendendo que não se "deve utilizar a palavra negociação" relativamente à ajuda externa mas admitiu que a troika possa sugerir "alterações de alguns termos que constavam" do memorando.
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Cavaco Silva falava aos jornalistas no final da manhã do primeiro dia da sexta jornada do Roteiro para a Juventude, subordinada ao tema "Os jovens nas indústrias criativas: inovar para crescer", tendo sido questionado sobre um possível segundo resgate para Portugal.
"Eu acho que isso não vai acontecer pelo menos na forma como tem sido apresentado", respondeu, acrescentando que aquilo que está estabelecido é que "um país cumpridor no seu programa de ajustamento, se no fim continuar com dificuldades de acesso aos mercados financeiros internacionais continuará a beneficiar de apoio das instâncias europeias".
Sobre um possível alargamento do prazo do atual programa de ajuda financeira, o Presidente da República disse ser "perfeitamente natural que a troika, ao constatar que se alteraram pressupostos ou que se alteraram situações", possa "sugerir alterações de alguns termos que constavam do memorando de entendimento".
"Espero que a troika, como tem acontecido, reconheça que tudo aquilo que foi negociado em abril do ano passado não é algo perfeito e que nunca vai ser alterado mas isso não deve ser qualificado como negociação. Eu penso que Portugal não deve utilizar a palavra negociação porque isso poria em dúvida no exterior a imagem de Portugal", defendeu.
Defendendo que Portugal é visto como "um país cumpridor, que vai ultrapassar as suas dificuldades", Cavaco Silva teme que se fosse usada a palavra negociação "isso poderia alterar essa boa imagem de Portugal neste momento nas cenas internacionais".
"É sabido que o Governo português tem insistido, e bem, que é necessário melhorar as condições de financiamento da nossa economia. Eu penso que isso seria positivo mesmo para que possamos cumprir integralmente as metas que nos foram fixadas", acrescentou.