O presidente da República afirmou, este sábado, que a ligação de Portugal à China e a Macau é "uma prioridade estratégica", considerando "exemplar" o processo de transição daquele território para a administração chinesa.
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A transição de Macau "permitiu projetar mais alto no Oriente o nome de Portugal como um país construtor de consensos e de pontes entre culturas" e "mostrar a abertura da China ao mundo e o seu desejo de cooperação fraterna com Portugal", disse Cavaco Silva.
"A transição de Macau marcou igualmente o início de uma nova fase de relacionamento com a China, baseada na confiança e no respeito mútuo", acrescentou.
Cavaco Silva falava no início de um banquete oferecido pelo chefe-executivo de Macau, Fernando Chui Sai On.
Macau foi integrado na República Popular da China em 20 de dezembro de 1999, de acordo com a Declaração Conjunta Luso-Chinesa assinada cerca de 12 anos antes pelos primeiros-ministros dos dois países, Cavaco Silva e Zhao Ziyang, respetivamente.
Ainda como chefe de governo, o atual presidente português visitou Macau em 1994.
"Esta visita desperta-me naturalmente uma forte emoção, mas que não assenta em qualquer nostalgia do passado", disse Cavaco Silva.
Macau, onde o presidente da República permanecerá até domingo à noite (hora local), é a ultima etapa de uma visita de uma semana à China.
Primeira e última parcela do território chinês governada por um país estrangeiro, Macau - "Aomen", em chinês - foi integrado na China segundo a fórmula "um país, dois sistemas", e com o estatuto de Região Administrativa Especial.
Exceto nas áreas da Defesa e Relações Externas, que são da competência do governo central chinês, Macau goza de "alto grau autonomia" e é "governado por pessoas do território".
"É com orgulho que hoje posso constatar ter-se tratado de uma fórmula plena de êxito", disse o presidente português.
Cavaco Silva salientou que ao longo dos últimos 15 anos, "o desenvolvimento económico de Macau foi crescente, o estatuto dos residentes foi assegurado e a preservação da presença cultural portuguesa tem sido honrada e aprofundada".
O presidente português destacou também que "o valor económico e internacional de Macau", nomeadamente como "plataforma privilegiada para uma maior proximidade de Portugal com a Ásia e em particular com a China".
Macau é a sede do secretariado do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa, criado em 2003 pelo governo central chinês.