O presidente da República defendeu "justiça na distribuição dos sacrifícios" exigidos aos cidadãos, apelando a que cada um seja tratado de acordo com as suas posses e tendo em conta a sua situação familiar.
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"Há um princípio fundamental de justiça e de equidade numa sociedade democrática: Tratar cada um de acordo com as suas posses e tendo em conta a sua situação familiar", afirmou Cavaco Silva, domingo, depois de inaugurar um lar de idosos na vila alentejana de Vidigueira, no distrito de Beja.
O Chefe de Estado disse ser aquilo que se chama "a pessoalização dos sacrifícios que a cada um são exigidos".
"Isto tem como consequência, em primeiro lugar, que aqueles que têm o mesmo rendimento e que têm os mesmos encargos familiares então devem pagar o mesmo sacrifício", referiu. E aqueles, adiantou, que têm rendimentos diferentes e situações familiares diferentes "devem pagar sacrifícios diferentes".
Neste contexto, Cavaco Silva alertou que se tem de ter um "cuidado muito, muito particular" em relação a sentimentos de injustiça.
Na sua primeira visita ao concelho de Vidigueira, enquanto presidente da República, para inaugurar um lar de idosos, Cavaco Silva considerou que a cooperação das autoridades centrais e municipais com as instituições de solidariedade locais "deve ser potenciada e servir de exemplo para outras obras em benefício das populações".
"Faz pouco sentido que equipamentos de proximidade, como creches e lares, possam, nalguns casos, continuar a ser geridos à distância por serviços centrais", afirmou o presidente, defendendo ser altura de "repensar e de descentralizar tudo aquilo que localmente se pode fazer melhor e com melhor conhecimento dos problemas das populações".
Cavaco Silva chamou ainda à atenção para a questão das exigências regulamentares que são colocadas na construção de alguns equipamentos sociais, "exigências que muitos consideram excessivas".