O Presidente da República considerou, este sábado, que terá que existir "alguma imaginação" das instituições europeias para encontrar um "programa interino" de apoio financeiro a Portugal que permita ao próximo Governo fazer as "negociações finais".
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"Espero que os nossos parceiros tenham em consideração que vamos para eleições a 5 de Junho, por isso o que precisamos agora é de um programa interino para que o próximo Governo possa participar nas negociações finais, porque é o próximo Governo que vai implementar o programa", afirmou hoje o chefe de Estado português, em declarações à imprensa, à margem do encontro do Grupo de Arraiolos, que terminou em Budapeste.
Sublinhando que considera que a situação é "perceptível", Cavaco Silva reconheceu que será necessário "alguma imaginação" por parte das instituições europeia.
"Isso é perceptível, por isso precisamos de alguma imaginação, digamos assim, das instituições europeias para encontrar um programa interino apropriado", declarou, falando em inglês para a comunicação social estrangeira.
Antes, quando se dirigiu aos jornalistas portugueses que acompanharam o encontro do Grupo de Arraiolos, Cavaco Silva tinha também já falado do papel nas "negociações finais" com Bruxelas que será desempenhado pelo Governo que sair das eleições legislativas antecipadas de 5 de Junho.
"É também importante que o Governo, na negociação que vai agora iniciar com as autoridades europeias, vá informando do partidos políticos para que o apoio dele seja claro e inequívoco àquilo que é necessário fazer neste período, que é um período que não podemos esquecer, que é um período de campanha eleitoral, por forma a que o Governo saído depois das eleições e que vai executar o programa possa ter uma palavra importante nas negociações finais", disse.
Também nas declarações à comunicação social portuguesa, Cavaco Silva deixou a sua convicção de que os parceiros "não deixarão de ter em atenção as eleições que vão ter lugar em Portugal".
Pois, acrescentou, há afirmações muito importantes que já foram feitas em Portugal e que parceiros dos mercados devem ter em consideração.
"Os três maiores partidos portugueses assumiram o compromisso firme de consolidação orçamental e de reduzir o desequilíbrio das nossas contas públicas para 4,6% do Produto em 2011, 3 por cento em 2012 e 2% em 2013 e um compromisso de sustentabilidade da nossa divida pública", lembrou.