O Presidente alemão defendeu, este sábado, a cooperação europeia, considerando que nenhum país deve apontar o dedo a outro sem olhar para dentro da própria 'casa' e sublinhando que "Portugal está a fazer o seu melhor".
Corpo do artigo
"Temos de dar e receber", sublinhou o Presidente da Alemanha, Christian Wulff, durante a conferência de imprensa realizada no final do encontro do Grupo de Arraiolos, que juntou durante dois dias em Budapeste os nove chefes de Estado da União Europeia sem poderes executivos.
Considerado que um dos papéis dos chefes de Estado deve ser "contribuir para o debate", "não apontando o dedo a ninguém em particular ou rejeitando solidariedade", o chefe de Estado alemão sublinhou a importância da cooperação entre os Estados-membros da União Europeia.
"Deixemos de apontar o dedo a países específicos", defendeu, considerando que quando alguém o faz tem também de se lembrar da situação do seu próprio país.
Classificando a União Europeia como "uma família", Christian Wulff insistiu na necessidade dos Estados-membros enfrentarem "os desafios juntos", pois "essa é a melhor abordagem" e irá beneficiar todos os países e a Zona Euro.
Em jeito de elogio, o presidente alemão referiu-se especificamente à situação que Portugal atravessa, frisando que o país "está a fazer o seu melhor".
Contudo, acrescentou, terá de continuar a fazer esse caminho, num princípio que "também se aplica à Alemanha e a outros países da União Europeia".
O chefe de Estado alemão defendeu ainda a necessidade de "muito claramente" se fazer a distinção entre os problemas internos de cada país e "aqueles que são de natureza global", nomeadamente a crise da banca ou os problemas provocados pelas agências de 'rating'.
Christian Wulff manifestou ainda o seu apoio à forma como os chefes de Governo e os ministros das Finanças estão a lidar com a situação, considerando que "estão a ir no caminho certo" e a tomar as medidas corretas.
Na conferência de imprensa, o Presidente da República português, Aníbal Cavaco Silva, deixou igualmente uma nota de optimismo.
"Há países com dificuldades financeiras, mas temos que mostrar e provar aos nossos cidadãos que no final das dificuldades, no fim do caminho difícil, há esperança", disse Cavaco Silva.
Já depois da conferência de imprensa, onde estiveram presentes os nove chefes de Estado que integram o Grupo de Arraiolos, Cavaco Silva revelou aos jornalistas ter que encontrar "uma grande compreensão" da parte dos seus homólogos em relação à situação que Portugal atravessa, tendo em atenção que o país terá eleições dentro de cerca de dois meses.