Perto de seis horas durou a reunião do Conselho de Estado, convocado pelo presidente da República, Cavaco Silva, para debater a situação económica, social e política no período pós-troika e a utilização dos fundos estruturais. Ao cabo desse tempo, um comunicado ditava os pontos essenciais do encontro : a necessidade de Portugal ter uma "voz ativa na União Europeia" , face à conclusão do programa de ajustamento, e de "pontes de diálogo" entre forças "políticas e sociais".
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Sem Mário Soares, ausente em descanso no Algarve, e sem Alberto João Jardim, que culpou "o caos dos horários da TAP", os 17 conselheiros foram chamados a pronunciar-se sobre o futuro do país, resultando, pela nota divulgada, num consenso, sem surpresas, em torno do que há a fazer face aos resultados do Programa de Ajustamento, concluído em 17 de maio.
Ou seja: os conselheiros reconhecem que tem de haver uma "voz ativa" na União Europeia "em prol do crescimento, do emprego, da coesão, sobretudo no processo em curso de aprofundamento da união económica, orçamental e bancária".
Por outro lado, continua o comunicado, apela-se à utilização "muito criteriosa dos fundos estruturais do Acordo de Parceria 2014-2015" que "deverão contribuir para a obtenção de resultados positivos no debelar dos constrangimentos estruturais na economia" em matéria de "competitividade, internacionalização e assimetrias regionais do desenvolvimento".
Tal como tem vindo a fazer Cavaco Silva , relativamente à necessidade de consensos políticos, também a nota da Presidência dava conta que, "face à seriedade das exigências que o país enfrenta, o Conselho de Estado exorta todas as forças políticas e sociais, no quadro da diversidade e pluralidade democrática, a que preservem entre si as pontes do diálogo e que empenhem os seus melhores esforços na obtenção de entendimentos".