A ministra da Saúde garantiu hoje, quarta-feira, que os doentes que ficaram cegos após intervenções no Hospital de Santa Maria poderão ser encaminhados para tratamento noutro país e que o Estado assumirá as responsabilidades "desde que haja indicação clínica".
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Através do mecanismo que existe em Portugal, "desde que haja indicação clínica de os doentes poderem beneficiar de uma ida a qualquer país" para serem tratados, "serão encaminhados e o Estado assume as responsabilidades", disse Ana Jorge aos jornalistas, durante uma visita ao Hospital de Portalegre.
A titular da pasta da Saúde referiu-se a deslocações a outros países europeus, "por ser mais fácil o acesso e a comunicação", sem mencionar especificamente qualquer país em concreto.
A ministra reagia a uma notícia da edição de hoje, quarta-feira, do jornal Correio da Manhã que refere que Ana Jorge terá garantido aos seis doentes que ficaram cegos após intervenções oftalmológicas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que o Estado "pagará as despesas de tratamento e deslocação a um país à escolha dos pacientes para recuperação da visão".
Segundo o jornal, a ministra terá indicado, "especificamente, Cuba, Espanha, Alemanha e Índia".
Ana Jorge esclareceu que disse aos familiares dos doentes que, "se houver indicações" de que beneficiarão com uma ida para serem tratados num outro país identificado pelas equipas portuguesas, serão reencaminhados, mas frisou que não mencionou qualquer país em concreto.
"Não me compete a mim decidir nem dar qualquer indicação aos profissionais para enviarem os doentes a qualquer lado", afirmou.
A ministra lembrou que em Portugal "existe a possibilidade" e "é prática" encaminhar doentes para serem tratados noutros países "reconhecidos pela sociedade científica portuguesa" desde que haja "indicação por parte dos médicos portugueses".
Nesses casos, lembrou Ana Jorge, "o Estado tem assumido, ao longo destes anos todos, essa responsabilidade".
A ministra deslocou-se ao Hospital Dr. José Maria Grande para inaugurar novas infra-estruturas, como a farmácia, a central de esterilização, a maternidade, já a funcionar há algum tempo, e o hospital de dia.