A Federação Nacional dos Professores lamenta a decisão do presidente da República de enviar para o Tribunal Constitucional a revogação da avaliação de desempenho docente. A Federação Nacional da Educação aguarda "com toda a serenidade" decisão favorável.
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"Só não me surpreende porque o senhor presidente da República esteve sempre colado aos piores momentos da Dra. Lurdes Rodrigues (anterior ministra da Educação) e do Governo de José Sócrates, nomeadamente nos tempos da avaliação de desempenho", disse à Agência Lusa o secretário-geral da Fenprof, em reacção à decisão de Cavaco Silva.
Mário Nogueira afirmou que o pedido de fiscalização preventiva da suspensão da avaliação dos professores vai criar "mais conflitos e problemas" nas escolas. "Quando o senhor presidente da República envia isto para o Tribunal Constitucional, eu seria quase levado a dizer que mais do que um procedimento legal está aqui uma postura política também", considerou.
O dirigente da Fenprof lembrou que as escolas se têm pronunciado contra a avaliação que estava em curso e que manifestaram satisfação por lhes ter sido retirada essa carga pela Assembleia da República. "Isto vem lançar ainda mais confusão, vem lançar um clima de conflito acrescido para este terceiro período nas escolas", reiterou.
"Lamento neste caso a postura do senhor Presidente da República. Neste momento é mais política do que propriamente de quem tem dúvidas", defendeu.
FNE aguarda "com toda a serenidade"
A Federação Nacional da Educação (FNE) disse que vai aguardar "com toda a serenidade" que o TC confirme a revogação da avaliação de desempenho dos professores, aprovada pela oposição parlamentar.
"Respeitamos a atitude do presidente da República em pedir ao Tribunal Constitucional um parecer e aguardamos com toda a serenidade que o Tribunal Constitucional dê razão àqueles que dizem que é impensável nas escolas que este modelo continue a existir", afirmou Lucinda Manuela, dirigente da FNE, em declarações à Agência Lusa.
Questionada sobre se considera que o TC vai dar um parecer favorável ao diploma, a dirigente sindical respondeu: "acredito que sim".
"No momento em que as escolas começaram a ter alguma paz, acredito que o TC será sensível na sua análise. Temos esperança que o Tribunal Constitucional dê razão à razão", acrescentou.