O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, defende a nacionalização dos bancos BPI e BCP, porque foram financiados pelo Estado e, portanto, "já estão a ser pagos pelo dinheiro de toda a gente".
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Falando durante um comício em Quarteira, Algarve, Louçã observou que o Governo pagou seis mil milhões de euros a esses bancos, o que perfaz várias vezes o seu valor.
"Se o Estado português, com o dinheiro dos portugueses, pagou quatro vezes o valor do BPI e três vezes o valor do BCP, esses bancos devem ser postos ao serviço do crédito público, devem ser nacionalizados porque já estão a ser pagos pelo dinheiro de toda a gente", disse, sublinhando que devem ser usados "para dar crédito e ajudar a economia".
A política de alguns bancos foi um dos alvos do dirigente bloquista, que criticou a possibilidade de as instituições de crédito aumentarem os juros do crédito bancário em caso de divórcio de um casal e defendeu um período de carência de juros para esses casos.
Durante o discurso, Louçã defendeu que Portugal "feche a porta à 'troika' e abra a porta à Europa", recusando o pagamento dos juros exigidos pelos credores internacionais.
"Quando a Europa empresta 78 mil milhões e cobra 34 mil milhões em juros, percebe-se que a senhora Merkel se ria de nós, mais vale ser assaltado com uma pistola na mão", afirmou.
"Cumprimos as nossas obrigações, pagamos o que devemos, mas não pagamos o que não devemos. A dívida abusiva não tem que ser paga", defendeu.