O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo encontrará uma forma simbólica de assinalar o fim do programa de resgate a Portugal a 17 de maio e vai reunir-se nesse dia para aprovar um documento de estratégia de médio prazo.
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"O Governo não deixará no dia 17 de maio de encontrar uma forma simbólica apropriada para marcar formalmente o fim do Programa de Assistência Económica e Financeira. Como a Irlanda fez de resto, também nós teremos Conselho de Ministros extraordinário nesse dia para aprovar um documento de estratégia de médio prazo que será divulgado aos portugueses e a todos os parceiros europeus e todos os investidores internacionais", afirmou Pedro Passos Coelho, a meio de uma reunião alargada do executivo PSD/CDS-PP, no Palácio da Ajuda, num período de intervenções abertas à comunicação social.
O primeiro-ministro manifestou-se convicto de que "essa estratégia de médio e de longo prazo não corre o risco de ser confundida com nenhum ponto de polémica que possa perturbar as eleições para o Parlamento Europeu e a respetiva campanha eleitoral", que começa no dia 12 e termina a 23 de maio, antevéspera das eleições.
Esse "documento de estratégia" marcará, "tal como a Irlanda fez", o compromisso do Governo PSD/CDS-PP em "não estragar aquilo que deu tanto trabalho aos portugueses a construir, por um lado, e por outro lado, impulsionar uma linha de crescimento da economia, de criação de emprego e de melhores oportunidades para todos os portugueses no futuro", referiu.
Antes, Pedro Passos Coelho justificou a realização desta "comunicação de balanço" sobre os três anos de Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal com o facto de a 17 de maio estar já em curso a campanha para as eleições europeias de 25 de maio.
"Queremos com isto dar também o nosso contributo para que a campanha eleitoral possa decorrer com toda a normalidade e para que ninguém venha observar que o Governo não se comporta com o seu dever estrito de imparcialidade no decurso dessa campanha", declarou.
"Se é verdade que não fomos nós que escolhemos o dia 17 de maio nem a data de realização das eleições europeias, a verdade é que está ao nosso alcance poder fazer esta comunicação com o país de forma a não confundir as matérias", reforçou.
Segundo Passos Coelho, nos últimos três anos de "emergência nacional", o executivo PSD/CDS-PP desenvolveu um trabalho "muito intenso de cumprimento de todas as medidas inseridas no memorando".
"Cumprimos essa parte da nossa missão, sendo certo que a missão do Governo está muito para além do cumprimento do memorando de entendimento e o seu mandato está muito para além do programa de ajustamento que agora se irá concluir", considerou.
O primeiro-ministro dirigiu a todos os membros do Governo "um agradecimento sincero pela maneira como se empenharam para que os prazos fossem sempre, na medida do possível, cumpridos", acrescentando: "E muitas vezes pareceu-nos quase impossível fazê-lo, mas fizemo-lo sempre".