A greve abrange conservatórias, cartórios do sector público, Lojas do Cidadão, Centro de Formalidades de Empresas e cartórios de competência especializada, entre outros serviços prestados aos cidadãos.
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Os gabinetes de serviços do Instituto dos Registos e Notariados na Loja do Cidadão nas Laranjeiras, Lisboa, estavam hoje encerrados devido à greve dos trabalhadores do sector em protesto contra o sistema de avaliação, carreiras e remunerações.
Cerca das 09:00 de hoje, os balcões do Instituto dos Registos e Notariados, como o do registo automóvel, do cartão do cidadão e de certidões, estavam encerrados devido à greve, com avisos afixados, segundo constatou a agência Lusa no local.
Em declarações à agência Lusa uma funcionária das informações da Loja do Cidadão admitiu que a situação deverá repetir-se quinta-feira, segundo e último dia da greve.
Apesar de avisados da greve, alguns utentes arriscaram a deslocação à Loja do Cidadão na esperança de que algum funcionário tivesse "resistido à paralisação".
Em declarações à Lusa, Alice Bento contou que tinha conhecimento da greve dos trabalhadores dos Registos e Notariado mas decidiu correr o risco.
"Há sempre algum funcionário resistente e foi por isso que tentei. Afinal, estão todos encerrados e terei de tratar do meu registo automóvel no sábado", referiu.
Também Rui Aldino, morador na Linha de Sintra, sabia da greve mas decidiu arriscar.
"Moro na Linha de Sintra, mas como hoje tinha de tratar de alguns assuntos em Lisboa, nomeadamente no gabinete de certidões, achei que talvez estivesse algum funcionário a trabalhar", disse o utente, acrescentando que apesar do transtorno, concorda que as pessoas lutem pelos seus direitos.
Já Jorge Costa referiu à Lusa ter sido apanhado completamente de surpresa pois não tinha conhecimento da greve.
"Eu não sabia. Compreendo os motivos dos trabalhadores mas fico aborrecido porque terei de voltar noutra altura para resolver o meu problema", contou.
Os trabalhadores dos Registos e Notariado iniciaram hoje uma greve de dois dias em protesto contra o sistema de avaliação, vínculos, carreiras e remunerações, numa paralisação que os sindicalistas pretendem que seja "a maior de sempre" no sector.
A greve foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e Notariado (STRN) e pela Associação Sindical dos Conservadores dos Registos (ASCR) e segundo Sérgio Barros, presidente do STRN Sul e Ilhas, conta com a solidariedade da Associação Sindical dos Oficiais dos Registos (ASOR).
Segundo o dirigente sindical, a greve abrange conservatórias, cartórios do sector público, Lojas do Cidadão, Centro de Formalidades de Empresas e cartórios de competência especializada, entre outros serviços prestados aos cidadãos.
Um dos motivos da greve prende-se com a contestação ao sistema de avaliação dos funcionários destes serviços, que o dirigente do STRN diz ser "selvagem" e traçar para os trabalhadores objectivos "inalcançáveis", argumento que o Governo já contestou.