A Igreja Católica portuguesa está disponível para discutir com o Governo a extinção ou a deslocação de feriados religiosos, caso as datas civis também sofram alterações, disse o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa.
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"A igreja naturalmente pode conversar sobre este assunto na linha da deslocação de algum feriado religioso. Naturalmente partindo do pressuposto que o Governo diminui um ou alguns feriados civis", disse o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), padre Manuel Morujão.
Segundo a mesma fonte, "os feriados religiosos constam do acordo entre a Santa Sé e o Estado português" pelo que "terá que ser a este nível que as coisas terão que ser conversadas".
Para o padre Manuel Morujão esta "não é uma questão de dogma de fé", sendo mais "uma questão de respeito da cultura popular que tem nas festas religiosas (...) um particular interesse e apreço".
"Não se trata propriamente da Igreja, trata-se do povo e da religiosidade do povo português. É fácil de ver que há certas festas que são inamovíveis. Não vamos celebrar o Natal a 23 ou 27 de Dezembro", exemplificou.
De acordo com o padre Manuel Morujão, o "respeitar as datas é um ponto que tem a sua importância, mais nuns casos do que noutros".
Na quarta-feira, o ministro da Economia anunciou em reunião de concertação social que os feriados a eliminar serão discutidos nas próximas reuniões.
O Governo pondera reduzir o número de feriados que os portugueses poderão gozar já em 2012, pretendendo ainda colar outros ao fim-de-semana, para evitar as pontes.